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Um fórum para reunir todos os fãs de lingua portuguesa da série Sanjuushi, os 3 mosqueteiros, e da cultura japonesa!

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    NUNCA É TARDE...

    Athos de La Fère
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    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Out 23, 2010 12:06 pm

    Contextualização:

    A história será escrita no nosso tempo de hoje.

    Athos e Porthos são amigos de infância, desde a pré-escola. Tornaram-se inseparáveis desde a pré-adolescência e acabaram trilhando caminhos muito parecidos para ficar um perto do outro. São melhores amigos. Trabalham na mesma empresa, com informática. São formados em Sistemas de Informação - mesma faculdade e turma. Tem a mesma idade, 28 anos. Athos não era milionário, mas tinha uma boa herança deixada pelos pais, mortos num acidente aéreo. Eram médicos de guerra, e quando viajavam de um país para outro no oriente médio, o pequeno avião em que estavam foi abatido. Ele tinha 8 anos quando isso aconteceu. Morava com os tios até atingir a maioridade e poder usufruir do dinheiro. Não era desprezado pela família, mas também não era tão amado quanto gostaria. Tinha primos irritantes e mais velhos que só implicavam com ele. Aproximou-se de Porthos por isso, via nele o irmão que lhe faltava. Porthos correspondia porque era filho único e seus pais aceitavam muito bem o Athos, recebendo-o em casa quase sempre para brincar, jantar e dormir com o 'amiguinho'. São faixa preta em Karatê. Athos mora sozinho num apartamento. Porthos mora com o pais. Enrola Marie há 3 anos. Athos namora Aramis há 2 anos. Athos a conheceu quando ele estava fazendo pós graduação. Ela estava no penúltimo ano da faculdade. Porthos é um guloso. Athos adora vinhos. Conheceu Rochefort na loja dele. Tornou-se cliente assíduo, tornaram-se amigos. Introduziu Rochefort no grupo de amigos e viraram amigos em comum. Athos morria de ciúmes de Aramis. Era inseguro quanto ao sentimento dela por ele, mas estava perdidamente apaixonado. Numa única vez que brigou com Porthos e ficaram alguns dias sem falar, conheceu uma garota, de nome Kathelyn* de Winter, com quem teve um conturbado romance de 1 mês. A garota o fez sofrer muito e desapareceu sem mais nem menos. Ele gostava dela, era muito jovem, ele tinha só 19 anos e a moça já tinha seus 25 anos. O envolveu achando que seria fácil 'roubar-lhe' os bens. Ela não conseguiu isso de Athos, que foi até cauteloso. Mais tarde, pelo jornal, Athos soube que ela era uma golpista. Foi presa. Mas deixou um sentimento terrível em Athos. Voltou a falar com Porthos porque o amigo não podia vê-lo sofrendo por aquela mulher vil. A amizade ficou ainda mais forte entre eles e Athos ficou um homem diferente depois daquilo. Desconfiômetro ligado. Tinha medo de se apaixonar... não resistiu a Aramis, mas sente ciúmes todo o tempo. É um inseguro no amor.

    Aramis é mulher!! Ooh! E todos sabem!! Ooh!! Ela é arquiteta, filha de arquitetos, e rica. É a namorada do Athos. Conheceram-se no Campus. Ela fazia Arquitetura e os dois cursaram uma disciplina (optativa para Athos, obrigatória para Aramis) juntos e daí nasceu o amor! D'Artagnan é primo dela e está morando na casa dos d'Herblay até terminar a faculdade e arrumar um emprego na área de sua formação. Não é rico como seus familiares, mas é muito bem vindo na casa deles.
    Aramis chama-se Reneé Aramis d'Herblay. Mas gosta que a chamem Aramis, mesmo que soe um pouco masculino. Trabalha no escritório de Arquitetura dos pais, mas está começando a carreira como qualquer outro Arquiteto começaria. Não tem privilégios e tem que 'ralar' muito para conseguir assinar projetos.
    D'Artagnan é apaixonado por Constance, que trabalha na mesma empresa que ele, Athos e Porthos. Ela é estagiária da área de Recursos Humanos, estuda Psicologia, 1° ano. D'Artagnan estuda Engenharia da Computação, também 1° ano. Trabalha na área de Porthos e AThos, IT Security da empresa Luxembourg Inc., a melhor consultoria de TI da França, uma das melhores do mundo. O Presidente da empresa: Rei Louis XIII, aqui apenas Louis Pierre Luxembourg, casado com Anne Pierre Luxembourg, Vice-presidente da empresa. Aramis está muito envolvida com Athos. Seu último namorado, François, por quem foi muito apaixonada, era um pouco mais velho e a deixou para cuidar de sua carreira com uma oportunidade que apareceu na Itália. Não a convidou para vir junto com ele. Terminou a relação de maneira fria e desapareceu da vida dela. Às vezes lembrava dele com amargura, mas algo lhe dizia que ainda o amava. Aramis tinha 23 anos. D'Artagnan tinha 18 anos. Constance também.


    Rochefort chamava-se Phillipe Rochefort de Richelieu. Era sobrinho do Jacques de Richelieu, seu tio insuportável que o odiava por julgá-lo culpado pela morte dos pais de Rochefort. Jacques era irmão do pai de Rochefort, Henry de Richelieu. Henry e sua esposa Marianne morreram num acidente de carro no qual o pequeno Phillipe, com apenas 2 anos, estava presente. Ele chorava muito no banco de trás porque os pais estavam discutindo muito seriamente. Eles não se davam muito bem. Assustaram a criança e a mãe ao tentar consolá-lo, gritou com o pai, VIU O QUE VOCÊ FEZ AO MENINO! O pai de Rochefort distraiu-se da direção para olhar para trás, tirou o carro da pista e caiu numa ribanceira. Os pais morreram e só Rochefort sobreviveu milagrosamente. O acidente lhe causou uma lesão terrível no olho esquerdo, ficaria cego se seu tio não fosse trilhardário. Passou por uma delicada cirurgia ocular para não perder a visão. Escapou. Cicatrizes, somente no coração. Ficou traumatizado pro resto da vida. Era herdeiro do império Richelieu e tinha também a herança da mãe, que não era tão grande, mas somava uma boa quantia em dinheiro. Porém... o relacionamento com seu tio era INSUPORTÁVEL, inviável. O Tio o odiava e fazia questão de mostrar isso a ele. Nunca lhe faltou nada que o dinheiro pudesse comprar, mas ele nunca se sentiu à vontade em usar nada que o tio lhe desse/concedesse. Melhores escolas, roupas, tudo... mas era para que a sociedade não julgasse o nome dos Richelieu que ele fazia tudo aquilo pelo sobrinho. Aparências. Nunca lhe teve afeto. Brigavam às vezes, pois o que imperava era a indiferença do Tio que agia como se Rochefort não existisse, mesmo morando na mesma casa. Rochefort aguentou aquilo até os 20 anos, quando terminou o primeiro curso superior. Estudou Economia como seu pai e tio gostaria, supôs até conquistar um pouco da simpatia do último se o fizesse. Não conseguiu! Richelieu era dono/Presidente da maior empresa de consultoria em assuntos econômico-financeiros da França. Referência acadêmica inclusive, Jacques dava aulas nos cursos de mestrado e doutorado da universidade de Paris em Economia.
    Ao concluir o curso, discutiu ferozmente com o tio e decidiu abrir mão de tudo. Viajou para a Inglaterra. Era muito bom preparando drinks, e por acaso do destino, virou barman* em alguns bons pubs de Londres. Começou para tirar uma grana boa, trabalhar 'na' noite era lucrativo. Investiu nele mesmo, sozinho, tinha deixado pra trás herança e 'boa vida' pra começar do zero. Fez carreira no ramo, estudou em Londres, se especializou mesmo, tornou-se até enólogo. Levou a coisa a sério. Mas tinha vontade de voltar à França, sentia falta de Paris. Largou o ofício de barman, e voltou com dinheiro suficiente para começar um negócio com mais dois amigos que conheceu na Inglaterra, seus sócios, Mark Mckenitt** (o escocês) e Enrique Aguirre (chileno). Abriram uma casa de bebidas e importados numa famosa rua de Paris, voltada para este ramo de negócios. Mark era especialista em uísques e Enrique conhecia bem as cachaças (não tem a ver com a origem dele). Rochefort é um rapaz um pouco triste na personalidade e é tímido diante das garotas. Namorou apenas 2 meninas até o presente, e foram relacionamentos curtíssimos, um de 3 meses (no colégio) e um de 5 meses, (com uma inglesa). Tem hoje 29 anos, e está de volta a Paris para recomeçar, de novo!!

    -------

    *adorei o Rochefort barman da Mokugyo. Razz
    ** homenagem a Loreena Mckenitt

    Bem, acho que já dá pra começar! Here we goooo!

    -------


    Última edição por delafere em Dom Nov 07, 2010 1:07 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Out 23, 2010 4:21 pm

    1. Mais um dia...

    Tec... tec. Ouviu-se um abrir e fechar de porta de geladeira.

    Rochefort: - Droga! Ando muito desligado ultimamente. Esqueci de passar no supermercado de novo. Geladeira e despensa vazias. Que idiota! Shocked Na próxima vez o balanço do mês fica por conta do Enrique... Eu sou Economista, não Contador! Passei tanto tempo preocupado em fechar esses relatórios financeiros que esqueci da vida! Agora o que resta... - Procurou no meio da agenda telefônica e achou o telefone do Giggio's. Cantina Italiana delivery. - Fazer o que?! ... É...isso mesmo... Ravioli aos 4 queijos. Quanto fica e em quanto tempo chega? ... Ok, pode mandar.
    - É Rochefort, mais um dia, garoto, mais um dia se foi. Chaaatt*. Vem cá! Isso! Ao menos pra você ainda tem comida, Amigão. Coma tudo tá bom. Não espere o meu jantar porque acho que vão estourar os 20 minutos prometidos... então jante na minha frente. - Acariciando o gato, Rochefort pôs a comida para o bichano no chão e foi tomar uma ducha. Tentaria ser rápido para não perder a entrega do Raviolli. Acabando o banho, pôs um pijama de malha e sentou no sofá. Não ligou a TV. Detestava TV. Ao invés disso, ligou o som e pegou o notebook. Acessou suas redes sociais, viu seus recados, respondeu alguns. Checou também os e-mails e voilà. O interfone tocou, era seu raviolli. Desceu, pagou o rapaz da entrega, e subiu pra se deliciar, estava morto de fome. Abriu um de seus vinhos preferidos, ideais para o dia-a-dia (dizia ele). - É Chatt, tudo o que fazemos, devemos fazer com estilo. Tô comendo essa gororoba aqui mas um bom vinho eu não dispenso, tá?! - Rochefort aprendeu a falar sozinho e/ou com seu gato porque se sentia muito solitário. Mesmo quando havia se mudado para Londres, não dividiu apartamento, dava sempre um jeito e morava sozinho. A convivência com seu tio foi desastrosa, não queria viver outra experiência nesse sentido. Era por isso que ele era uma pessoa difícil para relacionamentos mais profundos. Ele tinha medo de se machucar. Mesmo assim, era tão cativante que conseguiu conquistar alguns poucos mas bons amigos. Era o caso de Mark e Enrique, com quem montou sociedade. Porém, numa noite de sexta-feira como esta, aqueles dois jamais ficariam em casa, como agora era preferência de Rochefort. Ele que trabalhou tantos anos à noite, estava cansado de virar as noites nas baladas. Na Inglaterra trabalhou em pubs, que funcionam até as 23h, mas também em casas noturnas que ficavam abertas a madrugada inteira.
    - Cara, estou parecendo um velho. Mofando em casa desse jeito. Podia pelo menos pegar um cinema... Afe, mas com quem?! Odeio sair sozinho! Se você pudesse entrar Chatt, eu te levava ao cinema. - Riu sozinho da besta piada que havia feito. - Você é ótima companhia, sabia?! Não permito que ninguém diga que os gatos são bichos oportunistas e que não são fiéis aos donos. Conosco é diferente. Somos grandes amigos, não é mesmo?!. - Chatt pulou no colo de Rochefort e pediu carinho com as patinhas como se afirmasse que concordava com tudo que o dono havia dito. Os dois, gato e dono, pegaram no sono ali mesmo, no sofá da sala e amanheceram o dia alí.

    ***

    Athos: - Porthos, que droga, você vai me atrasar. Aramis odeia chegar atrasada no cinema. Se ela perder os trailers ela já vai me matar. Anda logo!!!

    Porthos: - Ih!! Credo... que medroso... diga pra ela que você se atrasou um minuto.

    Athos: - Mas eu não estou atrasado, ora, você está!!

    Porthos: - Detalhes, amigo!! Mas que raio de namorado é você que aceita tudo sem questionar.

    Athos: - Porthos, não me venha com esse discurso. Sabe muito bem que iniciar uma discussão com Aramis é o mesmo que começar a 3ª Guerra Mundial. Você a conhece. Ela tem cara de anjo mas é completamente tempestiva.

    Porthos: - Vou dizer isso ela!!

    Athos: - O que?

    Porthos - Vou dizer o que você acha ela tempestiva e que ela só tem cara de anjo. - Começou a gargalhar.

    Athos: - Pelo amor Deus, não diga isso nem de brincadeira!! E eu sei que ela está de TPM hoje por que já levei uma bronca por telefone a tarde sem mais nem menos, fui apenas perguntar que filme ela queria ver, e pronto. Agora, cala a boca e entra no carro agora!! Você está ótimo, e pode se olhar no espelho daqui de dentro. Vamos logo que ainda temos que pegar a sua Marie...

    Porthos: - Tá bom!! - entrou no carro. - Estou bem mesmo?! - Ah, como Porthos era vaidoso!!

    tleee tleee

    Athos: - Aramis!!! Já estamos chegando, estou atrasado, mas eu já chego aí. Me espera. Beijo. Te amo. - Athos desligou o telefone. Você conseguiu Porthos, ela está furiosa comigo.

    Porthos: - Mas cara, ela tá brava só por isso?! ¨¨¨¨ vida injusta a sua heim?!

    Athos: - É só hoje porque ela não está muito bem, teve um dia dificil. As coisas deram errado no trabalho e ela perdeu um cliente do pai dela. Está muito aborrecida.

    Porthos: - Ah, tá. Bom, mas logo você consola ela. Na próxima vez, eu vou no meu carro, assim não te prejudico caso a Aramis esteja de TPM. HAHAHAHAHAHA - mais uma gargalhada.

    Athos: - Você não presta! - sorriu.

    ***

    D'Artagan e Constance conversavam pelo msn. Constance adorava D'artagan, mas não dava o braço a torcer. Queria que ele se declarasse para ela, mas ele estava juntando coragem para falar com ela. Ele ficava tão atrapalhado perto dela. E ela se divertia tanto com aquilo. Mas o seu irmãozinho Jean se divertia era bisbilhiotando as conversas que ela tinha com D'Artagnan.

    Jean: - Vou contar pro papai que você está namorando.

    Constance: - Sai daqui pirralho! Pare de ficar bisbilhotando, é feio. Você não sabe nada, eu nem estou namorando. Sua besta!!

    Jean: - Ah não, e quem é esse D'Artagnan?! Uooouuu...

    Jean estava sendo colocado para fora do quarto de Constance onde não deveria ter entrado, para sua segurança. Para Jean, o quarto da irmã era zona proibida, sob pena de levar uns petelecos na orelha que ele tanto odiava. Jean tinha 7. Era muito mais novo que Constance porque era filho adotivo do casal Bonacieux. Quando Jean era só um bebê, a Sra. Bonacieux, que era modelista, soube da história de um garotinho que tinha ficado órfão. Sua mãe, a única familiar dele, havia morrido no parto de Jean. A enfermeira que participou do parto era cliente da Sra. Bonacieux e contou a ela a história e disse que algumas pessoas próximas aquela senhora que havia falecido tentaram ajudar procurando uma família para adotar Jean antes que ele tivesse que ser levado a uma instituição do governo. A Sra. Bonacieux conversou com seu marido. Constance já estava adulta e eles sempre tiveram o desejo de ter mais filhos, mas não puderam. Decidiram adotá-lo. Fazia então 7 anos que Jean morava com sua nova família, os Bonacieux. Jean idolatrava Constance e ela o amava muito. Mas tinham suas rusguinhas de irmãos. Ele tinha ciúmes dela e por isso queria ficar fuçando nas coisas que ela fazia no computador, saber quem eram seu amigos... e conhecer aquele que ele achava que era o namorado dela. Esse aí era D'Artagnan.

    ***

    Aramis: - Porque demorou tanto. Nem estou mais com vontade de ver o filme.

    Athos: - Tá bom, podemos só jantar, o que acha?

    Aramis: - Que simplista você é, estou esperando esta estréia há meses, sabe que esse filme específico era importante para mim. E você nem ligou para ser apressar.

    Athos: - Perdão, meu amor. Eu falhei com você, eu reconheço. Me desculpe, mas se você não entrar, vamos nos atrasar mais, certo. Athos saiu do carro para abrir a porta para ela e ela concordou em entrar. Disfarçou simpatia por causa de Porthos e Marie.

    Aramis: - Oi Gente. Boa noite! Desculpe o estresse. Mas eu quero muito ver esse filme.

    Porthos e Marie: - Nós percebemos. Boa noite!

    Athos: - Só mais dois quarteirões e está resolvido.

    Aramis: - Se não pegarmos fila.

    Athos suspirou: - Foouh! Esqueci esse detalhe.

    Aramis: - Esta estréia não é esperada só por mim.

    Porthos: - Desculpe a franqueza, mas esta estréia está sendo esperada por um monte de nerds viciados em Sci-fi. Não fazia idéia que você era um deles, está tão obcecada. Que ridículo.

    Athos ia respondendo alguma coisa quando Aramis o cortou:

    Aramis: - É mesmo Porthos. Já eu não estou surpresa?

    Porthos: - Como assim? Surpresa com o que?

    Aramis: - Com o fato de você ser um babaca!

    Marie: - Ei.

    Aramis: - O que é? O que é pra todo mundo?! - disse nervosa.

    Porthos: - Porque está tão estúpida? Qual é? Você não é assim!

    Aramis: - Porque estão todos conspirando contra mim hoje.

    Porthos: - Ninguém está conspirando. Calminha aí. Todo mundo tá aqui pra se divertir. Vamos curtir com tranquilidade.

    Uma discussão desenfreada começou. Marie tirando satisfações pela forma como Aramis falou com Porthos, Aramis esbravejando mais e mais, o tom de voz subindo. Porthos tentando contornar, mas também estava começando a se exaltar; Athos se desesperava pois estava ao volante. De saco cheio, pisou no freio e parou repentinamente. (tá certo que já estavam bem perto da entrada do cinema)

    Athos: - CHEGA!! ESTOU DIRIGINDO... O que é isso?! Não estamos na feira livre, dá para conversarem direito, sem gritar, da maneira civilizada que supostamente vocês conhecem. Mas que saco!! - Bateu com as mãos ao volante. É sexta, que motivo melhor para nos divertir. Porthos, não provoque a Aramis. Marie, o Porthos teve o que mereceu, ele foi grosseiro primeiro. E Aramis, pelo amor de Deus, eu sei o quanto é importante pra você ver este filme na estréia, você gosta do gênero, eu respeito isso. Mas eu me atrasei exatos 6 minutos. Não exagere, e por favor, anime-se. Está me fazendo mal ver você desse jeito. Eu estou aqui com você, eu te amo, e tudo o que eu quero é ficar com você, com filme, sem filme, com jantar, sem jantar. Vamos parar todos, somos amigos, somos civilizados e viemos aqui com o propósito de aproveitar o fim de semana que está começando. Podemos então, fazer como planejamos e nos dirigir á entrada do cinema, nem parece estar tão cheio, olhem?! - Era verdade, Athos tinha razão, a fila estava sossegada, e ainda havia uns 10 minutos para começar o filme. Todo o estardalhaço tinha sido em vão. Aramis ficou envergonhada. Porthos e Marie também. Pediram desculpas um ao outro, e a Athos também por terem atrapalhado. Mas Aramis olhou-lhe diretamente nos olhos como sinal de que ainda conversariam sobre aquilo quando estivessem sozinhos. E esse não era um bom sinal.

    Os amigos ficaram o resto da noite meio sem graças, assistiram ao filme e Aramis não pareceu animada mesmo depois de terem ido ao Gerard para jantar. Conversaram sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, mas todo mundo ficou sem jeito. Não viam a hora daquela noite terminar até que, enfim, ela terminou. Athos deixou Marie e Porthos em casa e agora estava indo deixar Aramis. Foi aí que as coisas pioraram para ele.

    Aramis: - Agora que estamos sozinhos, Athos, eu quero conversar com você.

    Athos: - Claro. Ah...

    Aramis: - Você agora vai me escutar, entendeu. O 'chilique' que você deu no carro fez parecer a todo mundo que eu sou caprichosa e egoísta. O que você está pensando?

    Athos: - Eu.. Meu amor, você não é caprichosa e egoísta, você esteve caprichosa e egoísta por um instante esta noite. Foi só isso. E eu não dei nenhum 'chilique'. Eu estava dirigindo, e podia ter causado um acidente por causa da confusão de vocês no carro. Mas eu vou falar com o Porthos sobre hoje e ...

    Aramis: - Você não vai falar com o Porthos, eu mesma posso falar com ele. Sei me defender sozinha, ouviu? Athos, você não entende, você me expôs ao ridículo. Até concordo que você deveria ter chamado a atenção de todos nós porque estávamos te atrapalhando no volante, mas não precisava ter falado nada sobre eu estar exagerando, que foram exatos 6 minutos, eu me senti uma idiota... Aramis começou a chorar.

    Athos: - Não. Não... Não faça.. Não chora... Não é possível que estejamos tendo essa conversa... e que esteja chorando por...

    Aramis: - Você não se importa com o que eu sinto.. seu insensível.

    Athos: - Aramis, está sendo injusta comigo. Não tem nada que me importe mais na vida do que o que você sente, meu Amor, você sabe disso... Não diga isso, você me machuca.

    Aramis: - Machuco você... e você não vê que me machucou esta noite, na frente dos nossos amigos... foi humilhante.

    Athos: - Você está exagerando de novo... quer saber, tudo isso está acontecendo porque você teve um mal dia no trabalho, está descontando em mim... e é... é tão...

    Chegaram á casa de Aramis.

    Aramis: - Não vamos continuar esta discussão, Athos. Você podia simplesmente ter pedido desculpas e admitir que TAMBÉM exagerou.. mas não, você preferiu dizer que a culpa é toda minha...

    Athos: - Não se trata de buscar culpados, somos adultos Aramis. Ambos deveríamos ter mais maturidade pra...

    Aramis: - Agora está me dizendo que sou infantil... ah, Athos.. Boa NOOOITE! Já deu! - desceu do carro e bateu a porta, exatamente como ele odiava.

    Athos: - Aramis... Ara... Espera... volta aqui... Reneé Aramis d'Herblay... eu.. - ela entrou correndo em casa batendo a porta atrás dela. - ARAMIIIS! DROGA! - Chutou o vento e levou as mãos a cabeça.

    Sr. e Sra. d'Herblay: - O que houve Reneé, que gritos são esses minha filha, você está bem? - Assustada, a Sra. d'Herblay olhou pela janela e viu um revoltado Athos entrar no carro e sair 'cantando' pneu.

    Athos: - Não ACREDITO nisso... brigamos de noooovo! E por uma coisa tão BESTA... O Porthos me paga!!! ME PAAAGA!

    Sra. d'Herblay: - Você brigaram mais uma vez? Será que não é hora de acabar com isso Aramis. Assim você sofre e faz o rapaz sofrer.

    Aramis: - Acabar... mamãe eu o amo... amo Athos... mas ele é tão racional e nunca admite que está errado.

    Sra. d'Herblay: - Ele não me pareceu nada racional lá fora. Você pode dizer porque brigaram desta vez?

    Aramis: - Eu queria muito ver Invasion e ele se atrasou para me pegar. Era a estréia que eu mais esperei pra..

    Sra. d'Herblay: - Minha filha!! Como você foi injusta, egoísta e caprichosa. Brigou com o rapaz que voc
    e diz amara tanto por este motivo? - gargalhou. - Você tem tanto que aprender Reneé.

    Sr. d'Herblay: - Estou com sua mãe e com o rapaz. É tudo.

    Aramis: - Ahh.. até vocês estão contra mim. - Subiu para o quarto chorando claro. Era evidente que ela estava errada, que havia cometido um engano terrível brigando com Athos. Ficou pensando nos acontecimentos: - Não foi só por isso... ele me pôs pra baixo na frente do Porthos e daquela Marie detestável. Aramis suportava Marie em respeito a Porthos, que era melhor amigo do Athos. Com ele, ela sempre se deu bem, tanto que naquela noite, foi a primeira vez que Porthos a destratou. E foi também a primeira vez que ela o havia xingado de maneira realmente ofensiva. Ela estava arrependida de ter dito aquilo, de ter brigado com Athos e agora pensava na maneira em como reconheceria seus erros com os amigos e pediria perdão ao Athos. Pensou em ligar pra ele de volta, mas desistiu. Estava chorosa demais, não conseguiria explicar o que sentia e acabaria discutindo de novo. Enfiou a cara no travesseiro e... continuou a chorar de remorso. - Eu te amo, seu insensível... amo muito.

    Athos chegou em casa desanimado. Morava sozinho e não gostava de animais de estimação em apartamentos. Então, não tinha ninguém que lhe fizesse companhia. Porthos certamente não se arriscaria porque sabia bem que suas brincadeiras tiveram um preço bem caro para o amigo. Athos desligou o celular. Nas últimas semanas tiveram 3 discussões pesadas como essa. Conseguiram contornar as 2 primeiras, mas hoje não deu certo. Mas as brigas entre os dois eram constantes. Mas os amigos nunca presenciavam nada. Só sabiam no dia seguinte, pelos comentários que ouviam da boca de ambos, os pelas flores que Athos costumava mandar para Reneé, ou dos livros que Aramis presenteava Athos... Ele adorava ler. E agora... entristecido, Athos sem perceber, começou a chorar. - Isso tem que parar... dói muito... ela sabe como eu a amo... porque duvida de mim e porque diz que sou insensível... eu não... - limpou as lágrimas que já estavam na bochecha. Foi para o quarto e ficou sentado na cama, em posição desconfortável, olhando um scrapbook que Aramis tinha montado pra ele no seu último aniversário. Haviam várias fotos dos dois. Muitas daquela tarde que passaram no Louvre. Chorou um pouco mais.

    ***

    Porthos estava arrependido do que, mesmo sem querer, havia causado. Ele até não era culpado de tudo, mas foi o pivô da confusão, pois foi ele quem se atrasou quando Athos lhe pedia para ir mais depressa. Agora estava chateado por ter causado uma cena. Mas ia ter que viver com isso, no dia seguinte falaria com Athos e tudo ficaria bem. O que ele ignorava, porém, era que os dois, Athos e Aramis, haviam brigado feio depois do jantar. - Ah, poxa vida, eu não queria 'causar', mas a Aramis tava passando dos limites. - Falava sozinho. - Mas não era problema meu. Eu não tinha que me meter se achava que ela estava sendo injusta e pirracenta com o Athos.. ele se vira... eu sou só amigo dele... agora ele deve estar 'pilhado' comigo porque foi rude com a namorada dele... Eu vou ouvir amanhã.. é um fenômeno que não tenha ligado ainda hoje... é estranho... ele geralmente liga na hora pra dar um esporro e no dia seguinte termina dando lição de moral.... - Porthos acabou pegando no sono enquanto pensava nas mil broncas que levaria do Athos. Estava se preparando. Só que não imaginava o tsunami que estava por vir.

    ***

    * Chatt. É proposital esse nome. Queria que fosse assim 'criativo' mesmo.

    Taí, este foi um first chapter... só pra mostrar um pouquinho de como é a personalidade de cada um neste novo contexto e como se dão os relacionamentos afetivos em geral, namorados, pais, irmãos, amigos...


    Última edição por Athos de la Fère em Dom Out 24, 2010 4:23 pm, editado 4 vez(es)
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    Mensagem por Athos de La Fère Dom Out 24, 2010 5:34 pm

    2. Tsunami

    Amanhecia um belo sábado de verão. Rochefort, que tinha adotado o hábito de levantar cedo depois de abandonar a vida de barman e passar a cuidar do seu próprio negócio, A vinha do Conde, despertou às 7h e saiu para correr, estava tentando ser menos sedentário. Só que se casava antes de acabar o quarteirão. Chegando em casa de volta tomou um rápido banho e foi preparar o café da manhã. Serviu o desjejum de Chatt e mordeu o croissant que trouxe da Padaria na volta da corrida. - Pronto Chatt, você primeiro. É muito cansativo correr... vou mudar de modalidade... chega disso de correr... é só estafante... Quem sabe não tento pedalar heim?! Ou patins... dá pra praticar no verão, e no inverno... e eu me daria bem... eu acho... Esquece!!! Naquela hora, o telefone tocou. - Alô?!

    Athos: - Alô... Rochefort... você.... tem compromisso agora? Desculpe ligar tão cedo no sábado... mas, não dormi a noite inteira.. cara... preciso conversar, você poderia... eu poderia ir até a sua casa? Pode me ajudar?

    Rochefort: - Athos?! O que foi que houve, você está bem? Claro que pode vir, mas, parece muito abalado... não quer que eu vá até a sua casa? Você está em casa, não está?

    Athos: - Estou... não.. eu tô bem... quer dizer.. mais ou menos.. mas dá pra chegar até aí... eu sou estou decepcionado... preciso muito conversar amigo... pode me ouvir?

    Rochefort: - É claro que posso... tô esperando você chegar...

    Athos: - Obrigado.

    ***

    Porthos levantou animado. Ia pedir desculpas ao Athos e tudo ficaria bem de novo, como antes. Assustou-se quando ouviu o telefone celular tocar tão cedo. Logo ele que gostava de acordar tarde. Era 7h30 da manhã, quem poderia ser a uma horas dessas!! Atendeu.

    Porthos: - Alô!! Quem é?!! São 7h da madruuuga....

    Aramis: - Seu grosso!! Sou eu! Aramis... e dessa vez é tudo culpa sua que eu o Athos estamos brigados de novo... eu te odeio Porthos!!! Queria que soubesse disso!!! - bateu o telefone na cara dele.

    Sem entender nada, Porthos levantou assustado. - Ai, caramba.. o que foi que aconteceu com esses dois?? Mais uma briga??? Vou ter que entrar em ação... - levantou-se e foi tomar um banho para depois começar no que ia ter que fazer pra resolver este problema... mas primeiro ia ter que conhecer o mistério, porque as brigas de Athos e Aramis eram comuns, mas ela nunca ligaria para ele para dizer aqueles desaforos se não tivesse sido algo mais grave. Ficou encucado e preocupado.

    ***

    Rochefort: - Oi Athos, entre. O que foi que houve, cara? Está... abatido... o que é que foi?

    Athos: - Brigamos. Mais uma vez.. brigamos de novo... de noooovo!! Dá pra entender um relacionamento assim... - o choroso Athos atirou-se nos braços do amigo.

    Rochefort, um tanto perplexo com a reação, e triste por ver o amigo naquele estado, correspondeu ao abraço... - Calma... tudo bem... tá tudo bem... respira fundo... eu vejo que você tem muita coisa para contar, quer começar? - foi levando o amigo até o sofá, sentaram-se e ele pediu que Athos se acalmasse para contar o que aconteceu. - Espera... só um pouquinho... volto num segundo. - E voltou mesmo, com um copo de suco de maracujá. Entregou-o ao Athos para que ele bebesse. Achou que assim, o amigo ficaria mais calmo. - Tá 'malzaço', deve ter sido séria a briga... que péssimo!! - pensou. - Está melhor?! - Pôs as mãos no ombro de Athos.

    Athos: - Estou... valeu Rochefort. Obrigado... Em primeiro lugar, me desculpe, eu sei que não somos assim tão próximos, talvez eu esteja desrespeitando um pouco os limites, mas, me perdoe, eu confio em você... só confiaria em você nesse momento... mesmo não fazendo muito tempo que nos conhecemos, parece que ... não sei explicar... parece que te conheço há anos... e eu tenho total confiança em você... e é por isso que eu te procurei... mas se você achar que..

    Rochefort: - Pára com isso!! Eu agradeço muito a confiança que diz ter mim... fico muito feliz, de verdade... é gratificante ouvir isso... e mesmo sendo pouco o tempo que nos conhecemos, eu também tenho bastante afinidade contigo, meu amigo... e você há de convir que 1 ano não é tão pouco tempo assim também né?! Não se preocupe, não passou limite nenhum, e procure-me sempre que precisar, eu estou aqui.. o tempo todo... os amigos sinceros fazem isso uns pelos outros.. e pelo que acaba de me dizer, posso julgar que você me considera um amigo sincero... Athos... você pode contar comigo sempre, para tudo!! Ok?! E vamos lá, quando estiver pronto, sou todo ouvidos, tá legal?!

    Athos: - Obrigado.. obrigado de novo... eu... não tenho palavras...

    Rochefort: - Ótimo... não precisa tê-las...

    Athos: - Sabe... depois da briga de ontem, passei a noite inteira em claro pensando no nosso relacionamento.. desde o começo dele até hoje.... Poxa, ontem foi o fim... a briga mais besta que tivemos... e acabou sendo um estopim... eu fiquei muito magoado... e tenho certeza que ela não quer me ver pela frente.. ficou furiosa comigo.. me acusou de tanta coisa... - Athos contou a Rochefort o que tinha sucedido na noite anterior. O motivo bobo que acabou desencadaendo uma confusão enorme até culminar na briga deles. - E.. tudo isso me faz pensar que.. talvez... nossa relação não seja mais possível...

    Rochefort: - Devagar.. devagar meu amigo.. vocês sempre brigam, acabou de me dizer... que suas brigas são constantes.. vão voltar atrás, isso é certo...

    Athos: - Não Rochefort... não é mais assim que eu vejo... eu fiz um balanço desde o primeiro dia de namoro.. até hoje.. como eu falei... acontece que os 5 primeiros meses foram uma maravilha... nem discutíamos.... tanta traqulidade.. estávamos empolgados... era tudo muito bom... prazeroso... após a primeira discussão, parece que se estabeleceu uma reação em cadeia até hoje... eu confesso, que algumas discussões sou eu quem causo por causa de ciúmes... eu sou muito cuimento, reconheço isso.. mas não sou possessivo.. só ciumento... e... de 1 ano e meio para cá, temos pelo menos 2 discussões ou brigas por mês...

    Rochefort: - Uau! É uma marca alta.... já trabalharam para melhorar esta meta?!! - tentou descontrair com o amigo.

    Athos: - É serio.. isso é horrível.. desgastou muito nosso relacionamento...

    Rochefort: - Desculpe.

    Athos: - Parei para pensar e vejo que talvez ela não saiba o quanto eu a amo... ou talvez não acredite nesse amor que eu sinto por ela.. que é tão grande.. eu não tô falando de paixão.. tô falando de amor... talvez pense que eu seja um homem como os outros que só quer se divertir... e não quer nada sério...

    Rochefort: - Athos, agora permita uma intervenção. Conhecço a Aramis com o mesmo tempo que conheço você... mas já consigo ver que ela não é uma moça que se submeteria a estar com um homem em cujo amor ela não acreditasse.. ela já lhe teria colocado para correr... não se permitiria ser usada, se é o que está dizendo... Ela não pensa isso de você... ela não acha que você é só mais um 'galinha'... ela te valoriza...

    Athos: - Será?!! É que.... brigamos tanto por besteiras... quer dizer... no começo até brigávamos por questões mais sérias... tipo se eu faltava a um compromisso com ela que já estava marcado, por puro esquecimento... Mas eu me resignava quando estava errado.. e ela perdoava.. e as coisas ficavam bem de novo... mas aí a frequencia das brigas foi aumentando... e os motivos se banalizando.... até que ontem eu percebi que está insustentável...

    Rochefort: - O número de brigas aumentou de acordo com o número de mancadas de vocês dois... de você para com ela e vice versa, ou agora está concentrado em motivos mais superficias?

    Athos: - No início as mancadas aumentaram um pouco sim.. íamos ficando tão tensos, que nos atrapalhavamos e esquecíamos um monte de coisas... uma vez por exemplo, eu fui num aniversário de um amigo na balada... ela estava doente, não tinha como ir junto comigo.. e eu recebi o convite na última hora... ele não ia fazer nada, ma so pessoal encheu o saco e ele organizou um happy hour depois do trabalho... então eu fui.. mas eu não avisei para ela.. eu simplesmente apaguei que tinha que ligar e avisar.. eu fui desnaturado.. eu sei, ela estava doente.. mas deu branco... branco mesmo... nunca tinha saído sem ela desde que começamos a namorar.. sei lá... eu esqueci... mas contornamos... ela me perdoou de novo.. numa outra ocasião foi ela que esqueceu que tínhamos combinado de jantar e saiu com os colegas do escritório para um 'jantar' de negócios com um cliente que ela queria muito conquistar.. ela queria assinar os projetos daquela conta que o escritório do pai dela tinha... e ela me deletou naquele dia... e eu fiquei chateado, porque já estava pronto para sair e só fiquei sabendo que nosso compromisso estava cancelado porque eu liguei para ela pra saber do atraso.. ela nunca atrasa!! Enfim, sempre brigamos, mas sempre resolvemos.. não consigo lembrar quando foi que passamos um mês sem ter confusão... aí ela que não é cuimenta, da única vez que foi, teve um 'ataque' comigo... reencontrei uma amiga de anos na balada, amiga dos tempos de escola.. não tinha nada a ver, mas ele ficou uma 'arara'..disse que eu dei mais atenção à moça do que a ela.. e foi briga... aquela foi feia.. a gente acaba dizendo coisas fortes um pro outro e isso vai desgastando a relação até destruí-la e eu não aguento mais.... não posso suportar o fato de brigar e magoar a pessoa que eu mais amo no mundo... e menos ainda posso suportar o fato de pensar em ter que terminar o namoro com ela.. não posso.. jamais.. eu a amo demais.. não quero perdê-la.. não quero.. nunca... eu não sei o que fazer Rochefort.. não sei.... o que eu faço para gente se perdoar e voltar a ser como era no começo.... para termos um relacionamento tranquilo... com altos e baixos normais... não esse turbilhão de confusões... me diz... o que eu posso fazer para salvar meu namoro com a Aramis.. me diz porque eu tenho certeza que ela deve ter pensado em tudo isso também.... e ela vai querer terminar comigo.... eu sei.... - Athos começou a chorar.

    Rochefort: - Ah, Athos, meu amigo... fica calmo... e também, não diga isso de que ela quer terminar... eu aposto que ela está sofrendo como você.. se ela fez esta mesma análise que você sobre o namoro de vocês... é claro que as aflições dela são as mesmas que as suas... ela também te ama perdidamente e não quer te perder.. por favor.. não se menospreze assim.. você é especial para ela... vocês são um casal... são especiais um para o outro e se amam.. nenhum de vocês vai querer se livrar assim do seu par... por favor, isto é contraditório ao amor...

    Athos: - Mas ela não vai querer ficar sofrendo a vida toda... uma hora ela vai tomar uma decisão...

    Rochefort: - Amigo, eu não sou bom conselheiro amoroso... mas posso ver com clareza que agora que o 'cerco' se fechou, ela deve querer ter uma conversa mais definitiva, assim como você. Algo sério, e não uma discussão em que há um 'vencedor' e um 'derrotado'. Entende o que eu quero dizer... eu penso que vocês precisam expor estes pontos um para o outro... dizer que querem continuar juntos mas precisam resolver este problemas de estar sempre brigando... é hora de amadurecer um pouco mais o relacionamento.. fica calmo que esta é talvez a primeira crise de vocês... não são só os casados que vivem crises.. os namorados também.. ambos precisam expor suas insatisfações e ambos precisam ser maduros os suficiente para se compreenderem e ver onde é preciso mudar, ceder, se esforçar, para que as brigas não se efetivem... e para que vocês sejam mais felizes juntos...

    Athos: - Mas Rochefort, eu quero um conversa definitiva, mas e se ela não estiver disposta...

    Rochefort: - Espera.. calma.. devagar... é claro que ela vai querer.. primeiro você precisa pensar mais positivo... seja mais pra frente... e tente... pense numa forma criativa de fazê-la ouvir você... se acha mesmo que ela não vai querer.. porque eu tenho absoluta certeza que ela quer...

    Athos: - E se a conversa for que ela quer terminar... meu Deus...... nãoo!!

    Rochefort: - Pára!! Não tem nada disso de terminar.. Athos... confiança meu filho! Eu já falei, não sou bom conselheiro de amor, mas, faço o que está ao meu alcance para te deixar mais pra cima com esse astral... e a auto-confiança nos ajuda a fazer as coisas com mais coragem e mais positividade.. Vamos lá!! Cabeça pra cima.. - Rochefort tornou a abraço o Athos.. ele precisava mesmo de apoio. Toda esta insegurança tinha passado a fazer parte da personalidade do AThos depois da decepção que ele teve ao se envolver com uma golpista quando era tão jovem. Começou a achar que nenhuma mulher se interessaria por ele... e ficou muito feliz quando começou a namorar Aramis.. mas, ele tinha grande dificuldade de confiar em si mesmo...

    Rochefort: - Pára!! Não tem nada disso de terminar.. Athos... confiança meu filho! Eu já falei, não sou bom conselheiro de amor, mas, faço o que está ao meu alcance para te deixar mais pra cima com esse astral... e a auto-confiança nos ajuda a fazer as coisas com mais coragem e mais positividade.. Vamos lá!! Cabeça pra cima.. - Rochefort tornou a abraço o Athos.. ele precisava mesmo de apoio. Toda esta insegurança tinha passado a fazer parte da personalidade do AThos depois da decepção que ele teve ao se envolver com uma golpista quando era tão jovem. Começou a achar que nenhuma mulher se interessaria por ele... e ficou muito feliz quando começou a namorar Aramis.. mas, ele tinha grande dificuldade de confiar em si mesmo...


    Athos: - Obrigado Rochefort, obrigado mesmo.. está me ajudando muito...

    Rochefort: - O que é isso?! Vem, vamos tomar café! Depois veja se dorme um bocado para melhorar esta cara... esta muito abatido por ter ficado acordado a noite toda... anda!! Eu tinha acabado ter fazer um café quando você ligou...

    Athos: - Ah, me desculpe.. não queria ter atrapalhado o seu café, nem seus compromissmos.. ainda mais tão cedo... eu fui muito inconveniente, não é! Rochefort, desculpe...

    Rochefort: - Athos, não se desculpe!! Eu levanto cedo todos os dias, mesmo aos finais de semana.. já até saí pra correr, acredita!! Anda, vamos comer alguma coisa...

    Tomaram então o café acompanhados por Chatt que comia sua ração de salmão, aos pés da mesa, perto de Rochefort. QUando terminou sua comidinha, Chatt saltou, inesperamente, pois ele só era afeto a Rochefort, sobre o colo de Athos.

    Rochfort: - Ei, Chatt! Desce daí!! Desculpe Athos... ele não costuma fazer isso com visitas, ao contrário, ele até se esconde às vezes... é medroso... mas.. de você... acho que ele gostou de você... - sorriu. - Desculpe mesmo, sério! Tentou tirar Chatt de cima de Athos.

    Athos: - Deixa ele...tadinho... tá dividindo o dono comigo.. é justo né!! - Fez carícias no bichano. Percebendo a altura da hora e tendo já terminado de tomar café, Athos começou a ajudar Rochefort a tirar a mesa.

    Rochefort: - Ah, ah! Pode esquecer, larga isso aí, já! Você não tem mais o que fazer não?!! Vai pra casa já, ensaiar a música... anda logo.. vai, vai, vai...

    Athos: - Tá certo... eu vou... Obrigado pela força, pela compreensão e hospitalidade.. obrigado por tudo... você fez-me sentir muito melhor... me ajudou mesmo.. Eu te agradeço mue amigo, dívida eterna contigo!! - Abraçou Rochefort e saiu correndo.

    Nesse ínterim, o celular tocou. Ele já estava no carro. Viu o número... era Porthos!!!
    Agora sim... ele me paga!! ATendeu.

    Porthos: - AThos... meu amigo... estou ligando pa..

    Athos: - OLÁÁÁÁ, BOM DIA, PORTHOS, DORMIU BEM?!!

    Porthos: - POrque o sarcasmo?!!

    Athos: - SEU CARA DE PAU DE UMA FIGA, MELHOR AMIGO DE ARAQUE É VOCÊ.. QUE DROGA PORTHOS... VOCÊ ME LIGA AGORA, COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO... PORQUE NÃO LIGOU ONTEM MESMO... VOCÊ SABE O QUE ME CUSTOU A SUA BRINCADEIRINHA DE ATRASAR UNS MINUTINHOS... EU BRIGUEI COM A ARAMIIIIIS... - Athos estava furioso. Soltou os cachorros em Porthos. - SE VOCÊ TIVESSE SE APRESSADO ONTEM COMO EU PEDI, NADA DISSO TERIA ACONTECIDO.. OUVIU BEM.. MAS NÃÃÃÃÃÃO... VOCÊ TINHA QUE DAR UMA DE GOSTOSÃO.. EU PEDI, OU MELHOR, EU IMPLOREI PARA VOCÊ NÃO ATRASAR E COMO SE NÃO BASTASSE ISSO, AINDA FICOU PROVOCANDO A MINHA NAMORADA SABENDO QUE ELA ESTAVA IRRITADA... VOCÊ É UM PÉSSIMO MELHOR AMIGO.. SABIA... PÉSSIMO.. EU QUERIA DAR UNS TAPAS EM VOCÊ, EU JURO QUE QUERIA....

    Porthos: - Aaa.. Athos.. desculpe meu irmão.. olha.. eu quero falar pessoalmente com voCê, por telefone não... por favor... vamos falar pessoalmente.

    Athos: - Muito bem, eu ia tratar disso depois.. mas vou passar na sua casa primeiro... estou a 2 quarteirões daí, esteja na porta quando eu chegar. Desligou o telefone na cara de Porthos.

    Porthos: - P*** M****, ele está uma fera!!! E se ele me bater mesmo, cara.. puts!!
    Apressou-se para estar na porta da casa quando Athos chegasse. Ficou esperando... 30 segundos passaram e Athos chegou. FOi por um tris que Porthos não se atrasa também para isso... uuuuufa!

    Athos abriu o vidro: - Entra no carro. Porthos obedeceu.

    Porthos: - O senhor manda!

    Athos: - Não estou brincando Porthos.. arrancou dali e só foi parar uns 3 quarteirões, numa área mais deserta do bairro.

    Porthos: - Porque paramos aqui?!!! É sinistro...

    Athos: - Porque fica mais fácil para sumir com o teu corpo?!! Blood

    Porthos: - Aaah! Credo... pára com isso... que mórbido...

    Athos: - POrthos, você não se toca.. eu tô muito p*** da vida com você... poxa... você estragou tudo... caramba... eu briguei feio com a Aramis porque você não pode simplesmente respeitar um horário marcado... seu idiota! Eu te pedi tanto...

    Porthos: - Eu sei.. eu dei mancada... mas olha.. a Aramis me tirou do sério...pô, me chamar de babaca...

    Athos: - Olha lá o que você vai falar dela, ela não está aqui na sua frente, não fale pelas costas, é covarde.. e também não fale na minha frente... você não sabe do que sou capaz... Ela te chamou de babaca porque você estava agindo como um.... você sabia que ela estava nervosa, eu te disse antes... você provocou.... ficou incitando para arrumar confusão... estragou a nossa noite de lazer, acabou com o final de semana e pode ter destruído a nossa relação... não vê o estrago que você causou!!

    Porthos: - Peraí... olha.. eu sei que eu errei... eu quero reparar isso da maneira que eu puder.. me desculpe... mas não me venha com essa de destruir o relacionamento de vocês não... calma lá.. vocês estão sempre brigando.. quanta vezes você já desabafou comigo... não é assim não.... eu jamais faria qualquer coisa pensada pra acabar com o namoro de vocês dois não..aí já é demais.. vocês tem propensão a casal que se desentende... a Aramis me ligou hoje de manhã... ela me acusou da mesma coisa... disse que.. - foi cortado por Athos.

    Athos: - A Aramis te ligou!! HOJE!! QUE HORAS?! O QUE FOI QUE ELA DISSE?? ELA FALOU DE MIM???

    Porthos: - Claro que falou. Estava arrasada...

    Athos: - Anda Porthos, sai do carro!

    Porthos: - O que???!! Como assim?!!

    Athos: - A gente continua nossa conversa depois, sai do meu carro agora... anda logo, vai, eu tenho uma coisa urgente pra fazer, vai logo Porthos, vaza!! Vou ter que falar de novo?

    POrthos: - ¬¬' o.O Vai me deixar aqui.. no meio do nada.. mó perigo.. aqui é deserto cara...

    Athos arrancou com o carro e num minuto chegou até perto da avenida principal que cruzava com aquela rua. - Voilá!! Tá perto do metrô agora, se vira, dá pra chegar em qualquer lugar... Tchau!!

    Porthos desceu do carro incrédulo... não podia crer no que tinha acabado de vivenciar... Será possível??!!

    ***

    Athos correu, passou em casa, pegou o violão.... tinha a letra da música na cabeça, ouviu-a muitas vezes da própria Aramis, pois era uma das músicas favoritas dela. Ia só improvisar para adaptar o tom, se fosse preciso... estava mais confiante diante da afirmação de Porthos de que Aramis tinha ligado e que estava arrasada. Era uma esperança... Depressa passou também numa floricultura e escolheu um lindo arranjo de rosas colombianas para ela.

    NUNCA É TARDE... Bouquet1

    Foi até a casa de ARamis e parou na porta. Telefonou para o celular e esperou que ela atendesse.

    ***

    Aramis por sua vez, tinha passado a noite inteira em claro.. chorando.. e lembrando do que aconteceu. Como Athos, havia feito um 'balanço' do namoro deles e concluiu o mesmo. JUntos sofriam muito pelas brigas, mas separados, sofreriam ainda mais. O mesmo temor de perdê-lo ficou em sua cabeça a noite toda, atormentando-a. Pensou ainda no que seus pais haviam dito a ela e teve de admitir que estava errada, que provocou uma situação que pôs em risco seu relacionamento com a pessoa que ela mais amava na vida. Lembrou do quanto ela sofrera quando se separou de François. Como foi duro ter que suportar não vê-lo mais, não tê-lo mais ao seu lado. E agora com Athos, não queria sofrer aquilo de novo... e ela o amava tanto. Não teve coragem de se levantar da cama.. e já eram 10 horas da manhã. Em dúvida entre ligar e não ligar par ao Athos, pois estava com medo da sua reação, manteve acesa a chama da esperança que ele ligaria para ela. Pelo menos até que ela tivesse coragem de ligar. Mas precisar de recompor um pouco. Era difícil, toda vez que tentava, chorava amargamente de remorso por tê-lo tratado tão mal e injustamente. Foi num desses momentos de profunda tristeza que o telefone celular dela começou a toca... o toque diferente, especial, dizia: Era Athos chamando. Ela ficou radiante... de um súbito. Pulou da cama.. atendeu o celular: - Athoooos.. meu amor!! Me desculpe.. me desculpe.. me desculpe... não fique bravo comigo...

    Ahhh.. agora era AThos que estava radiante. Feliz da vida por ver que tinha uma chance... todas as chances... parecia que Aramis aindao queria ao lado dela... não estava com raiva... pelo tom de sua voz... e estava se desculpando... parece que a briga surtiu um efeito positivo afinal... - Aramis, meu Amor, eu te AMO!! EU TE AAAAAMO! Eu nunca ficaria bravo com você... Estou aqui embaixo, na sua porta... olhe na janela... Quero muito falar com você...

    Aramis: - VOCÊ ESTÁ AQUI EMBAIXO.. AQUI EM CASA.. MEU DEUS! - Aramis correu na janela e viu Athos lá embaixo, parado na frente da porta dela, do lado de fora do carro. Ela embaçou o vidro da janela de propósito respirando nele e fez um desenho de coração para Athos. Escreveu seu nome nele. - EU TE AMO, disse ao telefone... Sou completamente apaixonada por você... eu já vou descer Amor, me espere só um minutinho... Athos... estou tão feliz que tenha vindo...

    Athos: - Você me faz o homem mais feliz do mundo... eu espero o tempo que precisar... Beijo.

    Aramis: - Tááá.. estava deslumbrada amor ... sorriu e foi correndo se arrumar... olhou no espelho e viu o tremendo mico que havia pagado diante do namorado... Estava com os cabelos parecendo uma juba, desarrumados e volumosos... IIiigg morreu de vergonha... precisava dar um jeito naquilo.. apressou-se para não fazê-lo esperar muito.. tomou um banho voando... deixou os cabelo molhados e pôs um vestido que Athos adorava vê-la usando... E desceu saltitando pelas escadas... - Mamãe, Papai, vou sair com Athos.

    NUNCA É TARDE... Vestidos5 *


    Sr. e Sra. d'Herblay: - ¬¬ Neutral

    Aramis abriu a porta da casa, saiu voando em direção de Athos e saltou nos braços dele. - EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO... OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA... Muitos beijos e abraços entre os dois depois. Athos pediu que ela entrasse no carro, não sem antes dizer que ela estava LINDAAAAA!!

    Ambos entraram. Aramis viu o violão no banco de trás, não entendeu, mas aguardou a surpresa ansiosa. Sabia que ele tinha preparado alguma coisa. Ficou mais feliz ainda... sentiu-se plenamente amada pelo homem que mais queria na vida... Athos a levou para uma praça romântica, que estava um pouco cheia de gente, mas por isso mesmo, como elas estavam concentradas em suas atividades, nem iam notar os dois.

    Sentaram num banco perto do chafariz e Athos começou a falar: Reneé Aramis d'Herblay, disse sorrindo, sabia que ela não gostava muito do primeiro nome. Eu te amo demais, você sabe.

    Aramis: - Eu sei. Eu sei sim... é por isso que eu queria..

    Athos: - Shhh!! Pôs o dedo nos lábios dela... às vezes a gente peca por falar demais... eu pensei muito em nós Aramis, sempre penso, mas esta noite eu pensei mais, muito mais, especialmente mais... eu vi o quanto estamos sofrendo e nos magoando com o passar do tempo... e enxerguei o quanto isso tem desgastado nossa relação... eu amo estar junto de você, você me faz muito feliz... mas não sei o que está faltando para nós não brigarmos e conseguirmos levar nosso namoro para frente... eu não quero te perder... muito menos por uma briga tão sem precedentes como foi a nossa briga de ontem... você concorda comigo?

    Aramis: - Concordo... com tudo... eu também pensei muito em nós... chorei tanto.. tanta angústia só de pensar em não ter mais você ao meu lado...

    Athos: - Então... eu queria te mostrar uma coisa.. queria que ouvisse uma coisa... uma música... desculpe se sair meio atrapalhado... você conhece bem a canção... ela traduz exatamente o que eu quero dizer a você... e é o que penso para nós daqui para a frente se ainda quiser ficar comigo... - disse esta última frase tímido como um garotinho de 5 anos.

    Aramis: - É claro que eu quero.. que música é essa que você está dizendo...

    Athos: Eu vou começar a tocar e você já vai saber qual é... queria inclusive que me ajudasse a cantar, porque eu não tenho uma boa voz, e você sim... eu estragaria tudo... Você me ajuda?

    Aramis: - É claro que sim...

    Athos começou a dedilhar... e a música tocou... e ambos cantaram juntos... e repetiram o refrão mais vezes do que a música indicava... e repetiram mais, e mais, e mais... um para o outro para se convencerem...

    oh this is not the way that it should end
    it's the way it should begin
    it's the way it should begin, again
    no, i never wanna fall apart,
    never wanna break your heart
    never wanna let you break my own
    yes, i know we've said a lot of things
    that we probably didn't mean
    but it's not too late to take them back
    so, before you say you're gonna go..
    i should probably let you know
    that i never knew what i had..
    i never knew what i had..





    * Gente, o vestido que eu pensei é o xadrez, bege, com detalhes em azul e rosa, com laço na cintura..é o primeiro da última fileira de vestidos.. (não vi meio de separá-lo dos outros, pus a figura inteira), afinal, já perdi um pedação da fic nesta brincadeira... decidi salvar logo...


    Última edição por Athos de la Fère em Seg Out 25, 2010 10:25 am, editado 3 vez(es)
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    NUNCA É TARDE... Empty Re: NUNCA É TARDE...

    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Out 30, 2010 3:35 pm

    3. Codinome: Chess

    Depois da serenata de Athos a Aramis, o relacionamento dos dois estava de vento em popa. Nem uma única briguinha e já se passou um mês desde aquela quase fatídica.
    Afinal, NUNCA É TARDE PARA RECOMEÇAR. Aramis e Athos também acertaram as contas com Porthos nesse meio tempo... Mas eles mesmos reconheceram que o pobre Porthos não era de todo culpado... o que acontecia era que os dois não se davam muito bem...
    Mas agora estava tudo acertado, Porthos perdoado e todos andavam mais felizes, de uma maneira geral.

    Rochefort continuava o cara solitário que trabalhava até tarde liberando a barra para seus amigos baladeiros e mulherengos.
    Mas andava menos distraído agora. De tanto fazer, pegou o jeito dos relatórios financeiros e estes já não lhe eram um bicho de 7 cabeças.
    Os negócios iam bem com possibilidades de crescimento. Alguns restaurantes estavam comprando diretamente com eles, isso os deixou muito felizes. Era um nicho para ser explorado e conquistado.
    Muito bem, no mais, nada de novo no amor para Rochefort.

    D'Artagnan estava mais próximo de Constance. Já tinha até conseguido levá-la ao cinema um fim de semana desses. Jean na marcação firme, não perdia nenhum detalhe daquilo que ele considerava um namoro.
    Na hora certa ele falaria com o Sr. Bonacieux, seu pai. O que ele acharia disso?!! Aha!! Constance ia ver! Era um ciúúúmes o desse menino!!

    Tudo calmo e tranquilo.

    ***

    Num dia de trabalho normal, de Porthos e Athos, um e-mail é recebido na caixa postal de ambos.

    Tratava-se de uma mensagem do Sr. de Treville, diretor dos garotos. Seriam inscritos pela empresa num Congresso de Tecnologia da Informação, um específico sobre Segurança da Informação.
    A programação estava no e-mail que era um informativo da organizadora do Congresso. Ficaram empolgados. Um Congresso é ótimo para networking e perfeito para melhorar o currículo. Seria muito bom para a carreira dos dois.

    Athos e Porthos (uníssino): GREAT!! - bateram as mãos.

    NUNCA É TARDE... Toca-aqui-916

    Imediatamente foram à sala do Diretor, Sr. de Treville como ele solicitava no e-mail.

    Sr. de Treville era o Diretor da área de Tecnologia da Informação da empresa.
    Subordinado a ele estavam os Gerentes Jussac, da área de Systems Development e Emile, da Área de IT Security.
    Emile estava de férias, tinha acabado de se casar. Athos e Porthos estavam sem a chefia imediata e portanto, respondendo diretamente ao Sr. de Treville.
    Já na sala do Diretor Treville, eles ouviram atentamente as recomendações do chefe:

    Treville: - Muito bem, Athos, Porthos, escolhi vocês da área de Security porque confio em suas habilidades. Os relatórios de desempenho das equipes do Emile sempre mencionam a pro-atividade e competência de vocês dois.
    Nesse caso, eu não poderia escolher outros nomes em vossos lugares. Logo, quero que leiam com atenção à programação do evento e me informem as oficinas das quais vocês participarão.
    Claro que não irão apenas vocês aqui da empresa. Também nomeie alguns representantes de Development para ir. Jussac é um deles, além de Germand e David.
    E saibam que eu também irei no evento. Enquanto se preparam, eu mandarei comprar as passagens e fazer a reserva dos hotéis. O Congresso, como vocês devem ter visto será em Toulouse.

    Athos e Porthos: - Claro, Sr. de Treville.

    Treville: - Nossa viagem terá que ser dentro de 2 dias para termos tempo de preparar o necessário. Lembrem-se que quero relatórios das oficinas. Já podem ir.

    Athos e Porthos: - Oui. Merci pela oportunidade, Sr. de Treville.


    ***

    Os dois amigos não se continham. Um Congresso, em Toulouse. Que máximo!!
    Athos e Porthos contaram aos amigos. Comemoraram antes da viagem. Era o reconhecimento do trabalho deles. Estavam mesmo contentes.
    O fato era que Athos e Porthos eram excelentes profissionais, gostavam muito do que faziam, mesmo quando havia plantão de final de semana, eles trabalhavam contentes.
    TI era a praia deles. D'Artagan a pelo mesmo caminho. Um futuro hacker a serviço do bem. POrthos era o melhor deles. Não havia sistema que ele não conseguisse invadir, não havia invasor que ele não conseguisse detectar.
    Era mesmo muito bom!!! D'Artagnan era estagiário na mesma área dos dois e estava aprendendo muito com eles. Conseguia até se sair melhor em algumas disciplinas da faculdade por causa do conhecimento prático que tinha com a ajuda dos amigos.
    O tinham como um pupilo. E os 3 formavam um grande time. Os demais membros do departamento gostavam muitos de Athos e Porthos também. Reconheciam o tanto de coisas que aqueles dois sabiam fazer, eram brilhantes.
    Para se preparar para o Congresso, estudaram juntos os temas que seriam discutidos nas oficinas das quais participariam. E o tempo passou depressa.
    Os dias passaram e chegou o momento do embarque. No aeroporto, Aramis deu um jeitinho de ir para se despedir de Athos.
    Toda a equipe da Luxembourg Inc. embarcou naquele vôo.
    Não imaginavam que seria uma viagem turbulenta... e não era por causa do avião.

    ***

    Na véspera da viagem de Athos e Porthos, num café qualquer da cidade de Paris, 5 homens se encontravam e conversavam em tom de voz baixo.

    Chess: - É hora do troco. Não ficará assim. Vocês estão dentro, ou não? É uma bolada para cada um, uma grande chance, vão perder essa? Não há o que errar, nem o que temer. Certeza de que dará certo.

    Marcel: - Não sei não! É muito perigoso!

    Chess: - Covarde! Vai dar certo. Perderá a oportunidade da sua vida. Não quer ficar rico e desfrutar de uma vida cheia de prazeres? Não terá outra chance como essa.

    Gustave: - Sim, é verdade. Marcel, não teremos outra chance como esta. Vai... Você tem que entrar. Victor, eu estou nessa!!

    Chess: - Shh! É Chess, não se esqueça, Chess. Muito bem, Gustave já topou, faltam vocês 3, Fernand, Marcel e Michel. O que me dizem?

    Fernand, Michel: - Estamos dentro.

    Marcel: - É muito arriscado.

    Chess: - Ótimo, não preciso de você. Já temos equipe. Muito bem, vamos por mãos a obra.

    Marcel: - Espere, eu topo.

    Chess: - Muito bem! Agora estamos completos! Já tenho tudo em mente, só resta começar a agir.

    Deixaram o café, e foram tratar do plano, o grande plano que tinham em mente.


    ***

    Era o primeiro dia do Congresso e Athos e Porthos estiveram juntos da equie da Luxembourg durante a abertura e palestras gerais.
    Gostaram muito das primeiras apresentações, um palestrante dos Estados Unidos era muito divertido para falar e todos que estavam presentes gostaram bastante da exposição.
    O tema era invasões hackers a sistemas de instituições financeiras. Não precisamos dizer que Porthos ficou fascinado com alguns casos mencionados pelo palestrante.
    Também ouviram um profissional de Desenvolvimento de Sistemas da Irlanda falar sobre como proteger-se de invasores. Em seguida, alguns cases de sucesso. E a pausa para um intervalo.
    De volta do intervalo, os congressistas foram divididos nos grupos das oficinas nas quais se inscreveram. Porthos foi para a de Detecção de Invasores e Athos para a de Firewalls.
    Foi tudo muito interessante. PAraram para almoçar e nesse momento, Jussac veio até eles trazendo dois rapazes que havia conhecido na sua oficina. Apresentou-os.

    Jussac: - Gustave, Fernand, estes são Athos e Porthos, colegas da Luxembourg. Athos e Porthos, estes são Gustave e Fernand da Chess Company.

    Athos e Porthos: - Muito prazer.

    Gustave e Fernand: - O prazer é nosso. Estão gostando do evento.

    Athos e Porthos: - Muito. E vocês?

    Gustave e Fernand: - Também.

    Os 5 começaram uma longa conversa até chegaram ao refeitório onde seria servido o almoço. POrthos falava milhões de coisas técnicas. Athos percebeu que os seus interlocutores estavam 'boiando' no assunto e achou aquilo estranho.
    Como é que 2 profissionais de TI, que estavam num Congresso de TI não pareciam conhecer nada do assunto. Athos fez algumas perguntas chaves que qualquer iniciante de TI saberia responder. Os dois não souberam. POrthos percebeu que havia algo de errado.
    Só Jussac pareceu não entender, mas estava distraído cumprimentando uma série de pessoas que passavam e falavam com ele. O cara era um mala, mas era conhecido no meio. Athos e Porthos disfaraçaram.
    Durante o almoço, procuraram mudar o assunto, mas os dois estranhos cavalheiros enrolaram, ensaiaram até perguntarem se a conta do Banco Parisiense era deles. Se a conta de segurança do sistema do Banco Pariense era deles.
    Athos e Porthos iam desconversar e tentar não dizer nada, mas o desbocado Jussac tratou de falar tudo. Disse que sim, a conta era deles. QUe até o sistema de informações financeiras havia sido desenvolvido por ele, (sim só por ele, a equipe nada), e que o monitoramento do sistema era feito justamente por Athos e Porthos.
    Athos ficou chocado com a falta de discrição de Jussac. Ele expunha a empresa e o cliente. Era incrível! Os estranhos deram bastante corda a Jussac para que abrisse mesmo o bico e desse o máximo de informação possível.
    Athos e Porthos ficaram cada vez mais precupados. Novamente tentaram mudar de assunto. Sem efeito. Os dois agora tentavam arrancar deles alguma coisa, mas AThos inteligentemente e preocupado com as conseqüências daquilo tudo disse com todas as letras:

    Athos: - Rapazes, sinto muito. Temo que não seja ético da minha parte falar de assuntos que são sigilosos sobre um cliente da empresa. Desculpe desapontá-los, sei que é interessante essa troca de informações, mas seria ótimo que vocês nos contassem um pouco da trajetória de vocês na Chess, o que os trouxe até aqui?
    Agora Athos tinha conseguido irritar os dois, pois nada sabiam sobre TI, muito menos sabiam especificamente sobre Segurança da Informação. Ficaram muito bravos e ficaram enrolando sem dizer nada. Athos e Porthos fingiram que engoliram, e o almoço acabou. Foi quase torturante para todos, menos para Jussac.
    Gustave e Fernand perceberam que Athos e Porthos não era nada bobos. Acharam até que eles haviam captado alguma coisa e que o plano corria perigo. Por isso mesmo, ligaram para Chess e o outros para colocarem ambos a par da situação.

    Gustave: - Sim, os dois são muito vivos. Raposas. Pensei que seria mais fácil Chess, você disse que seria. Garantiu isso.

    Chess: - Não se preocupe. Até amanhã, no horário combinado, tudo será resolvido. Colem nesse dois, ouviu. Eles são a chave que precisamos. Vocês não percebem Gustave, cumpriram muito bem a missão.
    Encontraram exatamente o que precisávamos, ou melhor, quem precisávamos. Amanhã, arrastem estes dois para fora da área de convivência do Congresso, para o lugar combinado, afastado. Nesse local, Michel estará esperando e seguiremos com o plano.


    Gustave: - E os seguranças do evento?

    Chess: - Se Michel entrar, é porque deu um jeito neles. Não haverá perigo. Vocês terão que correr para fora onde o Marcel estará esperando com o carro, ouviram. A partir do momento em que Michel entrar em ação, vocês terão 10 minutos para sair de lá, ok? Não percam tempo!

    Gustave: - Ok.

    Ao desligar o telefone, Gustave passou as instruções para o comparsa. Eram amadores no mundo do crime, estavam com medo de serem apanhados, mas agora, já estavam até o pescoço nessa história, teriam de ir até o final.

    ***

    Athos e Porthos ligaram para suas namoradas, falaram de como tudo foi interessante. Athos comentou com Aramis sobre os dois estranhos que conheceram no evento.
    Desceram os dois para jantar no hotel onde estavam hospedados. Lá também estavam Jussac, e os rapazes da equipe dele e o Sr. de Treville. Conversam sobre o 1º dia do Congresso e de como estavam ansiosos pelo 2º, pois as temáticas mais interessantes seriam as pré-encerramento.
    Depois do jantar, todos dirigiram-se para seus quartos, despedindo-se.

    ***

    No dia seguinte, levantaram cedo, tomaram um leve café da manhã no hotel, já que no evento, eles tinham intervalos repletos de guloseimas muito bem preparadas para animar os congressistas.
    Assistiram a abertura dos trabalhos daquele dia e novamente foi muito produtivo. Foram para as oficinas temáticas separados. Cada qual com seu assunto principal para constar em relatório, conforme as ordens do Sr. de Treville.
    Tudo ia as mil maravilhas até que Athos viu um dos estranhos da outro dia na sua oficina. Era Fernand. Aproximou-se de Athos.

    Athos: - Não acredito que depois dos micos que os fizemos pagar ontem com as perguntas que eles não souberam responder ele ainda esteja aqui e vindo na minha direção. Mas que coisa... tem alguma coisa nisso tudo que não me cheira bem, estou com um mal pressentimento. - pensou.

    Athos teve que 'engolir' a presença daquele homem estranho na sala da oficina e também depois na hora do intervalo. Mas foi aí que os problemas reais começaram.

    ***
    Athos de La Fère
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    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Nov 06, 2010 7:03 pm

    4. Reféns

    O primeiro intervalo acontecia do 2º e último dia do Congresso, no dia seguinte, pela manhã, toda a equipe da Luxembourg Inc. embarcaria no vôo de volta a Paris.
    Sr. de Treville daria aquele resto do dia de folga, mas no próximo, gostaria de ver o relatório do evento em cima da mesa até o meio dia.
    Athos desconfiou de algo ruim estava para acontecer. Ficou surpreso ao ver o outro estranho, o tal Gustave, colado em Porthos. Decidiu ir ao encontro do amigo. O tal Fernand colado nele.
    Os quatro juntos, Athos pode ver que Porthos estava aflito. Estavam próximos da porta de saída para a área de fumantes. Para azar dos dois, não havia nenhum fumante naquele instante pois o fim do intervalo acabava de ser anunciado.
    Já era tarde, quando Athos percebeu o punhal nas costas de Porthos. Os criminosos amadores aprenderam rápido. Tinham rendido Porthos de forma tão discreta que ninguém no evento percebeu. Nem a segurança desconfiou de nada.
    Os dois tinham conseguido credenciais de congressistas, não havia porque desconfiar da presença deles. Foram inscritos pela tal empresa Chess. Ninguém suspeitaria de nada. Ao olhar o amigo em apuros, Athos teve certeza, estavam encrencados.
    Logo um punhal também estava encostado em suas costas. Os dois iam sendo levados para o lugar combinado pelos criminosos, era mais afastado, mas ainda dentro das depedências do local do evento.
    As artes marciais de Athos e Porthos não ajudariam, pois com criminosos não é bom bancar herói, as conseqüências poderiam drásticas, pois havia o risco de, na tentativa de se defenderem, verem um ao outro serem mortos pelos bandidos, nenhum dos dois queria isso e era óbvio que diante de armas letais os golpes de caratê seriam ineficazes.

    Athos: - Mais o que?! Porthos... O que está havendo aqui, pra onde estão nos levando...

    Porthos: - Que droga Athos, desculpe... Não tive meio de me defender... este sujeito era muito hábil...

    Gustave: - Calem-se, ou vão se machucar!! Não despertem a atenção de ninguém... ou vão sentir a lâmina rasgar vocês... Anda Michel, apareça logo...

    Naquele mesmo segundo, surge Michel. Era o sinal para saída, deveriam segui-lo até o carro. Michel estava armado, com uma pistola de calibre 765.

    Athos e Porthos ficaram assustadíssimos, mas não tiveram tempo de esboçar nenhuma reação. Foram obrigados a obeceder e seguiram até a saída.
    No carro, uma mini van de vidros escurecidos, Athos e Porthos rendidos, começaram a fazer perguntas desesperadas. Marcel e Michel muniram os outros dois com armas de fogo e não mais os punhais.


    Portos: - Qual é? O que vocês querem.. o que vão fazer com a gente...

    Athos: - Pra onde estão nos levando... Porque estão fazendo isso... o que fizemos a vocês...

    Marcel: - Calem a boca desses dois, estas perguntas estão começando a me irritar...

    Fernand deu uma coronhada em Athos e Gustave deu outra em Porthos. Os dois ficaram insconcientes até chegarem ao local onde esperava Chess, o líder do bando.


    O lugar era sombrio, uma antiga instalação de uma indústria há muito abandonada. A obra fora embargada pela Prefeitura de Toulouse e o prédio condenado. Mas não fora demolido porque os proprietários do terreno entraram com ação judicial para evitar a demolição.
    Alegavam que o prédio era seguro, mas isso não foi apontado nos relatórios de Engenharia. Enfim, era o local perfeito para quem queria se esconder. Úmido e escuro, só havia luz, muito pouca, onde estavam. No local mais escondido, numa sala do subsolo.
    Conseguiram ligar o gerador velho e por para funcionar as luzes daquela sala somente. Havia uma espécie de caixa de metal muito pesada na sala onde estavam naquele momento. Era de tamanho médio e pareceria-se com um armário, com uma porta igualmente pesada. Devia ser algum ferramental usado na indústria, mas não era possível definir bem o que era.

    Havia também uma mesa, algumas cadeiras e água. Todo o equipamento necessário fora conseguido pelo bando com os conselhos de Marcel, que diferentemente de Fernand e Gustave, conhecia melhor a Informática.
    Mas não era do tipo "hacker". Só obteve o que era necessário para que o plano fosse colocado em prática... Notebooks de última geração, e conexão com internet sem fio.

    Só nessa hora é que os bandidos lembraram de roubar os celulares de Athos e Porthos e destruiram-nos. Evitariam ser rastreados.

    ***

    Athos e Porthos acordaram com dor de cabeça pela pancada que receberam. Foram amarrados em cadeiras pelos criminosos.

    Athos: - Por favor, o que está acontecendo? Porque estamos aqui, e porque nos amarraram... o que é isso tudo?

    Chess: Caleeee-se!! - esbofeteou Athos.

    Athos: Aaah!

    Porthos: - Ei! Pára com isso! Ele não fez nada... só uma pergunta... não sabemos o que está acontecendo aqui, pelo amor de Deus, não façam mal a ele, eu.. - Porthos parou de falar quando percebeu o punho do tal Chess vir na direção de seu rosto.

    Chess decidiu não desferir o golpe e começou a discursar...

    Chess: - Muito bem... acho que é justo que vocês saibam porque estão aqui afinal... HAHAHAHAHAHAHA - a gargalhada mostrava a insanidade do homem.
    Vocês foram trazidos aqui por meus homens porque detem um conhecimento precioso e que me será muito útil no meu plano. - outra gargalhada.
    Vocês são os responsáveis pela segurança do sistema de informações do Banco Parisiense... e é por isso que eu os trouxe até aqui...

    Athos: - O que você pretende?! O que acha que nós... - a um sinal de Chess, Fernand amordaçou Athos e em seguida Porthos.

    Athos: - Mmm...

    Porthos: - Mmmm... mmm..

    Chess: - Assim está melhor... silêncio... ok, prossigamos... o que eu quero dizer é que farão uma transferência gorda para mim e meus camaradas aqui. Sim... farão! HAHAHAHA
    Farão a transferência de € 5.000.000.000,00 (cem bilhões de Euros). Eu informarei as contas a vocês, procedam com rapidez e sem gracinhas...
    Marcel, está tudo preparado, o equipamento, está funcionando?

    Marcel: - Sim. Está ligado. E só botar um dos moleques para fazer o resto.

    Chess: - Ótimo, que comece o show!!! Hahahaha - sempre a gargalhada. - Solte o de cabelos compridos... depressa... Traga-o aqui.

    Athos foi levado até a mesa e cadeiras onde estava o notebook conectado à internet wireless. Um de seus tornezelos foi preso à cadeira por algemas.


    Athos: - Ainda não entendo.. porque tenho que fazer isso!!! Eu não farei o que vocês estão pedindo?!

    Chess: - Não estamos pedindo moleque, estamos mandando!!! E é bom que faça logo o que eu quero, porque o seu amiguinho não vai gostar nada se você não conseguir...

    POrthos estava nas mãos dos outros capangas de Chess e sendo ameaçado com um punhal na garganta. Seus olhos mostravam desespero e muita preocupação.

    Porthos: - Mmmm... mmm.... ddmmmm...

    Athos também ficou desesperado.

    Athos: - Está bem, está bem... pára... eu faço o que você quiser, mas deixe ele em paz... por favor!!

    Chess: - Este tom está muito melhor... comece moleque, você tem exatamente 3 horas para conseguir... é o tempo que dura a bateria do notebook, não é isso Marcel!!
    Ande logo, localize o sistema, invada-o, e transfira o dinheiro que lhe falei, nestes termos (entregou a Athos um papel) para as contas que estão anotadas aí... Sem gracinhas!!! Ou o seu amigo MORRERÁ!!!

    Athos: - Tá... - Athos tremia dos pés a cabeça, se errasse, POrthos estaria perdido...

    Athos conseguiu localizar o sistema rapidamente, e o invadiu com facilidade... o problema começou quando tentou fazer as transferências...
    Para acessar a área de transferência de contas, o sistema pedia uma outra senha, uma senha que dava acesso a um sub-sistema, e Athos não a conhecia... não fazia a mínima idéia do que era aquela tela..

    ACESSO NEGADO. TENTE MAIS UMA VEZ.
    Fez nova tentativa.

    ACESSO NEGADO. TENTE MAIS UMA VEZ.

    E assim ele procedeu, fazendo inúmeras tentativas... Não obteve êxito... Foram 55 minutos tentando... e nada...

    Os criminosos começaram a ficar irritados...

    Gustave: - Esse moleque está brincando com a gente... está enrolando...

    Athos: - Não!! Não é isso... essa senha.. eu não sei...

    Chess agarrou AThos pela gola da camisa. - O QUE ESTÁ DIZENDO??? Tragam o amigo dele aqui!! Agora!!! Tirem a mordaça quero ouví-lo gritar...
    O punhal... agora.. corte a garganta dele!!

    Athos: - NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!! Espere, por favor, não faça isso, me dê mais tempo... eu vou descobrir.. Não o mate.. por favor... - Athos começou a chorar... não aguentou de desespero e começou a tremer ainda mais, visivelmente...

    Marcel: - Esqueça Chess, esse pivete não vai conseguir...

    Athos: - Eu vou... só preciso de tempo.. estão me pressionando muito... - soluçando...

    Porthos que tinha o punhal pressionando sua garganta balbuciou as palavras que salvaram a situação: - Eu... Eu garanto que consigo... me dêem uma chance e poupem meu amigo... garantam que nada vai acontecer com a gente, eu faço o que quiserem...

    Chess pensou por alguns instantes nas palavras de POrthos que apesar das circunstâncias, foram ditas com bastante firmeza. - Muito bem, tirem esse traste daqui, ordenou a Michel.
    Agora venha até aqui você.... - Puxou-o pelo cabelo... Trate de conseguir e logo!!! Vou aproveitar para pedir-lhe outro 'favor' já que se ofereceu para realizar a tarefa...
    Vai fazer uma bela confusão com as contas deste banco. Quero que espalhe o dinheiro entre as milhões de contas que eles tem.

    POrthos: - O QUE?!! MAS ISSO VAI CAUSAR UM ESTRAGO TERRÍVEL, TALVEZ IRREPARÁVEL!! Eu não posso fazer isso, faço as transferências para suas contas, mas não posso fazer o que você me pede agora!!

    Gustave: - Ei Chess, isso não estava nos planos!!

    Chess: - Silêncio!! Não interessa, está a partir de agora!!

    Porthos: - Não pode estar falando sério!!! Isso é.. - foi interrompido por Chess que o esmurrou no rosto.

    Portho: - Aah!! - uma gota de sangue escorreu de sua boca.

    Athos: - PORTHOS!! Párem!!

    Chess, com expressão séria no rosto, de quem não estava para brincadeiras de uma ordem: - Muito bem, garoto, acha que estou brincando... Fernand, Marcel, vêem aquela caixa estranha, façam uma coisa, joguem esse moleque imprestável lá dentro e tombem a caixa.

    Athos: - QUE?!! Não... na caixa não...

    Michel e Fernand estavam preocupados, mas obedeceram as ordens. Eles estavam começando a achar que os planos não estavam saindo bem como o idealizado.

    Athos debateu-se como um peixe fora d'água para não ser jogado lá dentro daquela caixa esquisita... - NÃÃÃO! Me larguem... me deixem em paz... me solta!!!! Agooora! Me solta!! Aaaahh!! Foi jogado e a caixa, tombada com ele dentro. - AAAAAAAAHHH!! - Ficou preso lá dentro e agora estava machucado, pois a queda da caixa o fez virar-se todo lá dentro.
    Athos: - Socorro!! Me tirem daqui!!! - a voz saia muito baixa e abafada. Ele ainda estava chorando e tremendo. E agora, choraria e tremeria ainda mais!! ME TIREM DAQUIIIIIIIIIIIIIIII! POR fa...vor.. - batia na caixa com toda a força.

    POrthos: - Eu já disse que farei o que você quer, não faça mal a ele!!

    Chess: - Vocês não entendem!!! Nada vai atrapalhar os meus planos de vingança ao Banco Parisiense. Foram 20 anos servindo aquele banco... Dedicando-me inteiramente a gerar lucros para aqueles mercenários...
    E depois de tantos anos, simplesmente me demitiram, sem nenhuma razão.. da noite para o dia eu perdi TUDO o que conquistei em minha vida... perder o status de Diretor de Aplicações Financeiras deixou minha mulher e filhos muito insatisfeitos... Ela se divorciou, e levou com ela todo o meu dinheiro...
    Perdi minha família, amigos, status e prestígio, meus bens e dinheiro.. perdi minha VIDAAAAAA!! E agora alguém vai pagar, alguém vai pagar por isso... certamente que vai!!! ELES pagarão por isso e VOCÊ irá fazer com que paguem... AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
    Seu amigo sobreviverá por quanto tempo ali dentro... será que há oxigênio para muito mais tempo... sabemos que o ser humano só aguenta 2 horas... 1h30 já se passou desde que estamos aqui com vocês moleques, trate de conseguir logo as transferências e confusão das contas... principalmente as contas das pessoas jurídicas!! AHAHAHAHAHAHAHAH
    VOU ME VINGAR!!! ELES PAGARÃO PELO QUE ME FIZERAM!! E eu estarei bem longe, me divertindo com a manchetes.. sairei da França.. sim.... jamais serei pego!!!

    Porthos percebeu o que era evidente. Após conseguir realizar o que Chess queria, seriam mortos, ele e Athos. O que o preocupava mais ainda naquele exato momento, era uma coisa: Athos era claustrofóbico... em alto grau... detestava até elevadores... quando podia, usava escadas.
    Tentou argumentar para tirar Athos lá de dentro. - Tire-o de lá!!! Eu...

    Chess: - BAAAAAASTA!! Comece agora ou eu vou tirar sim o seu amigo de lá, mas vou meter-lhe um tiro na cabeça!! Na sua frente!! Minha aciência acabou rapaz, faça logo seu serviço. Posso matá-lo também, é só me irritar um pouquinho mais... contrato quem eu quiser pelo valor que vou obter nesta jogada, vocês foram escolhidos para unir o útil ao agradável... MAS POSSO MUDAR DE IDÉIA NUM INSTANTE!!!! VOCÊS PODEM SER DEMITIDOS RAPAZES!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Porthos percebeu que não adiantava. Teria que fazer o que aquele homem queria. E continuou de onde Athos havia parado. Porém, percebeu uma coisa que o amigo, muito mais nervoso que ele, não percebera.
    Alguém da Luxembourg estava acessando o sistema. A invasão já havia sido detectada. Ele ficou feliz. Percebeu que havia uma chance de não sairem mortos daquela situação. Discretamente, através do próprio código do sistema, enviou um sinal num simples arquivo de texto para quem estivesse acessando de lá da empresa perceber. Torceu para que fosse detectado logo e escreveu o seguinte:
    S.O.S. Problemas em Toulouse. Risco de vida. Avise a polícia. Acompanhem as últimas transações.
    Criminosos. Sequestro. AJUDEM. URGENTE. Rastreie esta mensagem. Localize-nos, ou morremos. Ass. Porthos.

    Depois de proceder dessa forma, POrthos procurou ganhar tempo. Acessou a área de transferências para mostrar progresso. Mas ficou enrolando do jeito que pôde.

    AThos continuava gritando e batendo dentro da caixa.

    Athos: - Eu vou morrer... eu vou morrer.. eu vou morrer... - estava alucinado.

    Porthos: - Vamos conseguir meu amigo... eu acredito. - Pensou!!

    ***


    Última edição por delafere em Sáb Jan 08, 2011 3:21 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Nov 06, 2010 8:01 pm

    5. Saída

    Áquela altura, é claro que o evento terminara há algum tempo. Jussac, o Sr. de Treville e o resto da equipe da Luxembourg que estavam juntos e queria ir a um bar muito recomendado por um amigo pessoal do Sr. de Treville para um happy hour, procuravam por Athos e Porthos por toda a parte. Não encontraram nada.

    Jussac: - Devem ter saído antes de nós. Foram curtir a noite de Toulouse sozinhos, Treville.

    Treville: - Não, não é possível! Eles não se comportam dessa forma. Tem algo estranho. Não se lembra Jussac, que ontem durante o jantar, nós combinamos esse happy hour.
    Não viu que Porthos ficou bastante entusiasmado com a idéia? Eles não sairiam sem falar conosco. Liguem no celular de AThos. Eu vou tentar o de Porthos.

    Maurice: - Eu já tentei o de Porthos Sr. Treville. Sem sucesso! Diz que está fora da área de cobertura.

    Treville: - Impossível!! Eu recomendei que ativassem o Roaming. Tenho certeza de que fariam isso! Vou tenta de novo.

    Ficaram tentando contato com os dois durante algum tempo. Desistiram.

    Jussac: - E agora?!! Que faremos então?!

    Treville: - Eu sei bem o que farei. vamos até a seg... - Recebeu uma ligação no celular. Pensou ser Athos ou Porthos, mas não, era da Luxembourg.
    - E essa agora?! O que será?!!

    Era D'Artagnan. Estava afoito. Foi ele quem descobrira a invasão e enquanto tentava rastreá-la e derrubá-la, recebeu a mensagem de Porthos. Jamais pensaria que aquilo fosse brincadeira, pois Porthos era brincalhão, mas não a esse ponto.
    Explicou tudo com bastante aflição ao Sr. de Treville, todos na empresa estavam aflitos também. D'Artagnan não sabia o que fazer, mas um de seus colegas, e também colega de Athos e Porthos, ligou para a polícia de Paris e explicou tudo.
    A polícia de Paris fez contato com a Polícia local de Toulouse e reportaram o caso. Imediatamente as polícias começaram a atuar em parceria.. De Paris, tentariam descobrir a localização da mensagem rastreando-a. D'Artagnan tentou inúmeras vezes achar a localização de PorThos e AThos, mas só alguém muito expieriente conseguiria.

    A polícia de Toulouse encontrou-se com Treville e os outros ainda no local do evento. Falariam com a segurança do local, como era plano do Sr. de Treville.

    Ao desligar a ligação de D'Artagnan, a polícia de Toulouse chegava no evento e encontrou Treville e os demais.

    Policial: - Sr. de Treville, fomos avisados. Vamos ajudá-lo.

    Imeadiatamente foram até a segurança, sem tempo para muito papo, foram direto ao assuntoe pediram para ver o vídeos de tudo o que acontecia nas instalações do prédio.

    Outra equipe, pediu os números de celular de Athos e Porthos, mas não para ligarem. Rastreariam por eles quais foram as últimas ligações e o que mais pudessem descobrir, por exemplo, a localização física dos dois.

    Começou um trabalho árduo de todas as equipes da polícia. Em Paris, já na mesa e computador de D'Artagnan, onde foi recebida a mensagem, um policial com sólidos conhecimentos de segurança da informação e crimes digitais, tentava também rastrear o sinal daquela mensagem.

    Discorreu mais 1 hora e 13 minutos quando a equipe de Toulouse conseguiu saber quem havia sequestrado Athos e Porthos pelos vídeos das câmeras de segurança. Viram somente até o momento em que eram levados para fora, a partir deste ponto, as imagens sumiram. Os criminosos danificaram a câmera.
    A localização pelo celular não foi possível. Treville estava ficando cada vez mais preocupado!

    Treville: - Por favor, os senhores tem que achar estes meninos... tem que achar...

    Policial: - Estamos fazendo o possível, senhor... vamos encontrá-los...

    Em Paris, finalmente, uma luz no fim do túnel, o policial conseguira descobrir a localização.
    Passou a informação imediatamente para o pessoal de Toulouse: - Sim... isso mesmo, na antiga indústria farmacêutica, a fábrica da Accens Fármacos, Rue du Maltens, 456. É uma construção antiga e embargada pela Prefeitura não é?!
    Policial de Toulouse: - Sim. Estamos indo para lá!! - desligou.
    Viaturas e carros de resgaste dirigiram-se para lá. O Sr. de Treville pediu para ir junto. As sirenes não foram ligadas para não alertar os criminosos, e os veículos voaram até o local.

    D'Artagnan estava desesperado. Não queria assustar Aramis, mas viu-se na obrigação de avisá-la.
    Ligou para casa e falou com o Tio, pedindo-lhe que avisasse Aramis. Depois, ligou para o ramal de Constance, que subiu correndo pelas escadas do 5° ao 11° andar.
    Abraçou-o com ternura.

    D'Artagnan: - Não sei o que fazer Constance!! Quero ajudar meus amigos.. o que estará acontecendo a eles...

    Constance: - Acalme-se querido, você já ajudou muito. Já está fazendo tudo o que pode por eles... acredite! Vai dar tudo certo... a polícia vai achá-los...

    ***


    Para Rochefort, o dia tinha sido absolutamente normal, e era novamente sexta-feira, 18 horas. Estavam já fechando 'A Vinha do Conde', atendiam a um último cliente confuso sobre o que levar.
    Rochefort o convenceu a levar um bom vinho tinto Merlot. Este cliente pagou a conta e saiu da loja. Enrique desceu as portas. Mark fechava o caixa e Rochefort ia bater a lista de controle do estoque quando o telefone celular tocou.
    Ele atendeu.

    Rochefort: - Pronto.

    Desconhecido: - Monsieur Phillipe de Richelieu?

    Rochefort: - É Rochefort, Philipe de Rochefort. Quem fala?

    Desconhecido: - Pardon Monsieur. Meu nome é Desireé, sou enfermeira do Hospital Saint Honoré de Paris.

    Rochefort: - Hospital?!! - Ele sabia que o Hospial Saint Honoré era de altíssimo padrão e era o Hospital em que seu Tio havia sido internado uma vez para uma cirurgia de extração da vesícula.
    Com um pressentimento ruim ao ouvir aquela moça ao telefone, Rochefort empalideceu. - Você disse... Hospital... O que foi que houve?

    Desireé: - Monsieur Rochefort, seu Tio, Jacques de Richelieu sofreu um grave acidente de automóvel esta tarde. Nesse momento, passa por uma cirurgia de alta complexidade.

    Rochefort: - O que?!!!

    Desireé: - Fomos informados de que o senhor é seu único parente próximo e talvez seja a única pessoa que possa ajudá-lo. Seu Tio perdeu muito sangue no acidente, precisa urgentemente de um doador de sangue compatível com o dele. É um tipo raro, de que não dispomos, infelizmente, em nosso banco neste momento.
    O senhor tem o mesmo tipo de sangue que Seu Tio Monsieur?

    Rochefort perdeu o rumo com aquelas palavras. Seu Tio, um grave acidente. Precisava de uma tranfusão de sangue senão morreria. - sentiu as pernas bambearem e procurou uma cadeira mais perto dele e sentou-se nela. Os amigos perceberam que algo estava errado e foram até ele. Ficaram quietos escutando.

    Desireé: - Monsieur Phillipe, está me ouvindo?! Precisamos de sua ajuda, seu tipo sanguíneo é idêntico ao de seu Tio??? Seu tio só pode receber transfusão de alguém com tipo sanguíneo O-. É um tipo de sangue raro, acreditamos que só na família dele poderemos encontrar alguém com este tipo de sangue.

    Rochefort: - SIM!! É o meu tipo de sangue! Moça, estou indo para o Hospital agora mesmo.

    Desireé: - Graças a Deus. Estamos aguardando-o. Ao chegar será encaminhado à sala de cirurgia e a equipe de médicos que fará o procedimento da transfusão vai orientá-lo.

    Desligou.

    Rochefort: - Mark, Enrique... eu tenho que ir...

    Ambos: - O QUE ACONTECEU?!

    Rochefort: - Meu tio sofreu um acidente, estou indo ao Saint Honoré. Me ajudem!! Segurem a onda para mim, eu ligo de lá.

    Ambos: Mas... Nós vamos com você... espera.. Rochef... - Rochefort os deixou falando, saiu pelos fundos da loja, pegou o carro e disparou para o hospital a toda velocidade.

    Rochefort: - Não, não, não!! Um estúpido acidente de carro não vai tirar mais ninguém de mim... ninguém... Tio... estou chegando.. aguente, por favor! - começou a chorar.

    ***

    Sr. d'Herblay: - Reneé, Marise. Venham cá por favor, preciso falar com vocês. Chamava o pai de Aramis enquanto as esperava na sala.

    ARamis: - O que foi papai? - Desceu as escadas correndo.

    Marise d'Herblay: - O que foi querido, aconteceu alguma coisa? Parece aflito.

    sr. d'Herblay: - Queridas... - ele não sabia por onde começar... - Reneé... quero que fique calma e não se assuste, está bem?!

    Aramis: - Papai!! Já está me assustando... diga, o que foi que houve... é alguma coisa com o Da? Não.. é o Vovô ou a Vovó???? O que foi?!! - Aramis já tinha o coração batendo mais rápido.

    Sr. d'Herblay: - Não minha filha... não é nada com seus avós ou com o seu primo... trata-se do Athos, querida...

    Aramis perdeu o chão. - O QUE?!!! O que aconteceu com Athos, onde ele está... ele foi para um Congresso em Toulouse... o que houve? O QUE HOUVE COM ELE PAPAI?!!! - estava gritando... e nem percebeu quando começou a chorar.

    Sr. d'Herblay: - Tenha calma minha filha. Eu vou contar o que houve. E o senhor d'Herblay inicou a narrativa explicando tudo o que estava acontecendo com Athos e POrthos. A família estava aterrorizada com a notícia.
    Sr. d'Herblay procurou manter a calma para ajudar Aramis a enfrentar aquela situação e também para dar forças a sua esposa que ficou igualmente assustada ao ouvir o relato da notícia.

    Sr. d'Herblay: Querida, minha filha querida... a Polícia já está trabalhando no caso, tenho certeza de que tudo acabará bem.

    Aramis: - Eu quero ir a Toulouse. QUero ver o Athos agoraaaaa. Quero vê-lo.... Papai.... QUero vê-lo.... - Aramis chorava descontraladamente. Sua mãe teve de dar-lhe um calmante. Os pais de Aramis a convenceram a esperar em Paris, mas tiveram de levá-la à Luxembourg onde D'Artagnan aguardava por notícias junto de uma parte da equipe da polícia de Paris.

    De fato D'Artagnan permaneceu na empresa com a polícia pois queria acompanhar bem de perto e fora ele quem descobriu a mensagem de Porthos. Eles aguardavam retorno de Toulouse com boas notícias. Constance ficou com ele. Avisou os pais sobre o que havia ocorrido e disse que ficaria na empresa para ajudar os amigos.

    ***

    Enquanto isso, a polícia de Toulouse chegou ao local em silêncio, com discrição, não queriam alertar os bandidos.
    Athos já havia se esgotado de tanto se debater e gritar por socorro. É claro que isso acelerou a insuficiência de oxigênio. Estava quase sem ar e totalmente sem forças.
    Havia parado de gritar há cerca de 10 minutos e aquilo assustara Porthos que se fazia um esforço sobrehumano para manter o equilíbrio e tentar dominar a situação, precisava sair dali vivo e com seu amigo são e salvo.
    Athos havia tentado, em vão, implorar para que o tirassem de dentro daquela caixa. Tinha claustrofobia em alto grau, estava sofrendo muito. Durante algum tempo delirando, chegou a pedir que o matassem, não aguentaria mais ficar ali.
    Porthos se desesperava e deixou cair uma lágrima ao ouvir aquela frase em tom abafado, mas dita em volume mais alto que as outras. Era um sinal de Athos estava berrando lá dentro.

    Os homens de Chess, para fazer Athos parar de gritar, chutavam a caixa com força. A caixa era de metal pesado, e o barulho dos golpes soava lá dentro de forma ensurdecedora. Athos ficava cada vez mais assustado.

    Muito tempo havia passado desde a mensagem enviada. POrthos perdera as esperanças de receber ajuda e não teve outra alternativa senão a de realizar as transferências. Já havia feito 4, das 5 solicitadas. As contas era de bancos na Suíça.
    Faltava então uma operação de transferência e em seguida, deveria proceder com a confusão das contas de pessoas e empresas. O estrago que deveria causar tinha de ser enorme, algo que arruinasse o Banco para sempre. Mais uma lágrima escorria em seu rosto. A última transferência foi completada.
    Ele conhecia aquele sistema como ninguém. Sabia de todos os macetes. Era portanto a hora de fazer a troca de contas. De repente, ouviu-se um barulho de canos escorregando no chão, relativamente próximo de onde estavam.

    Gustave: - O que é isso?

    Marcel: - Deve ser um rato. Esse lugar é velho e abandonado, deve estar infestado de ratos.

    Michel: - Não sei não, melhor verificar, não acha Chess?

    Chess: - É claro. Michel, Fernand, vão ver isso. E voltem logo. Quanto a você, moleque, apresse-se. O seu tempo está acabando. Faça logo a confusão das contas. Cause um belo estrago. HAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Porthos: - Você é um insano, cretino!! - tentou levantar-se e agredir Chess, mas estava com o tornozelo algemado. Gustave acertou-lhe um murro no estômago.
    Mas na verdade, POrthos estava novamente tentando ganhar tempo, ouvir aquele ruído deu-lhe esperanças. Podia ser a ajuda que estava esperança. POdia ser a Polícia. Estariam salvos.

    Chess: - Faça LOOOOOOOOGOOOOO!!!

    Porthos: - Estou indo o mais rápido que posso. Esta operação não é tão simples quanto uma transferência.

    Marcel: - Ele está nos enrolando... - Disse olhando furiosamente para POrthos.

    Porthos: - Não estou. Estou fazendo o máximo que posso. Eu já fiz as transferências para as contas de vocês... não lhes dei motivo para desconfiarem de mim.

    Chess: Sem conversa. Marcel, não atrapalhe. Depressa garoto, depressa. Seja mais rápido ainda então... VAI!! Temos que sair daqui em no máximo 30 minutos. É o tempo que você tem.

    Porthos suou frio e continuou enrolando.


    Ocorre que a Polícia de Toulouse já estava dentro do prédio. Homens treinados da força tática estavam estrategicamente posicionados dentro do recinto. O barulho que fizeram foi proposital, era para atrair os criminosos que certamente viriam em menor número que o total para averiguar.
    Dito e feito. Vieram os dois, Fernand e Michel. Foram imobilizados com destreza e total silêncio. Depois, foram colocados inconscientes e algemados. Dois policiais os levaram para as viaturas lá fora.

    O comandante das operações fez sinal aos seus homens para aguardarem novas instruções. Conseguiram perceber de onde vinham os bandidos e já tinha a localização EXATA de Porthos e AThos. A sala estava a poucos metros dali, não podiam ser percebidos.

    Marcel: - Eles estão demorando Chess... aconteceu alguma coisa, eu sinto.

    Chess: - Não aconteceu nada, idiota! Não se ouve viva alma aqui dentro. Mas eles estão demorando, vá buscá-los.

    Marcel: - Eu?! Sozinho?!

    Chess: - Claro imbecil. Preciso de Gustave aqui.

    Gustave: - Covarde. Chess, acho que posso ir com esse moleirão, você tem o moleque na mira e o outro, bem, este pode já ter ido desta para melhor.

    Porthos: - SEU CRETINO... - ficou furioso com a forma como aquele bandido falava de Athos e com a possibilidade dele estar morto lá dentro, já que não se podia ouvi-lo mais há um bom tempo.

    Marcel: - Merde!! - Desta vez foi Marcel quem bateu em POrthos.

    Ficaram sozinhos, Porthos, preso à cadeira pela algema no tornozelo, e Chess, que apontava uma arma para a cabeça de Porthos.

    Chess: - A qualquer gracinha sua, estouro os seus miolos.

    POrthos silenciou. Mas estava feliz por dentro, percebeu que demora dos outros dois só podia ser coisa da Polícia. Só podiam estar lá, quem mais poderia.
    Acreditou que estava salvo. E decidiu que distrairia Chess. Estava disposto a ir até o fim, desse no que desse. POis sabia que se a Polícia não chegasse, eles seria assassinados de qualquer forma.

    ***

    Enquanto tudo isso acontecia, Rochefort chegava no Hospital. Chegou em tempo e a transfusão foi realizada. Sucesso absoluto. Seu tio estava fora de perigo, mas ele ainda não sabia.
    Jacques estava agora na terapia intensiva, em observação. Rochefort foi levado para um quarto e estava dormindo, por efeito dos sedativos que teve de tomar por causa da transfusão.
    Mark e Enrique chegaram 1 horas depois, exacerbados. Perguntaram por Rochefort e foram encaminhados para o quarto onde ele estava.

    Ficaram com ele, esperando que acordasse. Não sairiam dali sem falar com ele e ver se estava tudo bem.
    Rochefort vestia roupas de hospital, quando veio para a transfusão não teve tempo de passar em casa, pegar roupas, nem nada.
    Provavelmente a essa hora o seu gato estava miando, sentindo a falta do dono. Era possível que a comidinha dele já tivesse acabado. Chatt estava sentindo sim a falta de Rochefort e miava muito, como quem chora de saudade e não sabe o que aconteceu, pois seu dono nunca lhe falta.


    Mark: - É garotão... você parece bem. A enfermeira disse que seu tio está fora de perigo. Está em observação mas deu tudo certo, a transfusão foi bem sucedida. Graças a você, está tudo bem agora. POde descansar sossegado amigão. Eu e Enrique estamos aqui com você e não vamos sair, tá legal!!

    Mark pôs a mão na testa de Rochefort e depois, Enrique fez o mesmo. QUeriam que Rochefort soubesse que estavam ali com ele. Rochefort sentiu a presença dos amigos e seu subconsciente registrou cada palavra dita por Mark sobre seu tio. Mesmo dormindo, sua expressão do rosto mudou, sorriu. Sim, sorriu, ainda que dormindo, mas sorriu levemente. E depois, soltou um leve suspiro, virou-se para o lado e continuou a dormir.

    Enrique observava o soro que ainda estava sendo administrado em Rochefort através da sonda.

    Enrique: - Ele é valente, não é Mark. Todas as agulhas e coisas que deve ter passado.

    Mark: - Enrique, ele é um homem, não um frouxo. - Riu.

    Enrique: - Cara, então eu sou um frouxo, porque me pelo de medo de agulhas.

    Mark: - Se fosse com você, acho que aprenderia a ser valente. Faria o mesmo pelo seu próprio tio, não faria?!

    Enrique: - Eu sei lá cara, acho que sim, mas ainda morreria de medo.

    Nesse instante, a enfermeira entrou no quarto. Veio justamente retirar a sonda suspensa pois o soro já havia acabado. Agora era só esperar o efeito do sedativo acabar para ele acordar.

    Enfermeira: - Olá, vocês são parentes do Monsieur Phillipe?

    Mark: - Quase! Somos seus amigos. Ele está bem, não está?

    Enfermeira: - Oui. Está sim. Claro. Só está descansando por conta do efeito dos sedativos. Ele passou por uma transfusão de sangue, se fosse apenas a doação, não seria necessário sedá-lo, mas a transfusão é um procedimento um pouco mais complexo pois foi feito em meio a cirurgia pela qual o senhor de Richelieu se submetia.

    Enrique: - Entendo.

    Enfermeira: - Sou Desireé. Fui eu quem ligou para monsieur Phillipe.

    Mark: - Muito prazer, sou Mark e este é Enrique. E por favor, se puder chamá-lo apenas de Rochefort, tenho certeza que ele preferirá.

    Desireé: - Muito prazer. Claro, a partir de agora, o tratarei por Monsieur Rochefort. Com licença, tenho que ir ver outros pacientes.

    Mark e Enrique: - Obrigado.

    Desireé deixou o quarto.

    Mark: - VOCÊ VIU QUE GATA!!! MEEEEEU!!

    Enrique: - Mas que safado Mark, nem com seu amigo acamado, você respeita.

    MArk: Roche está dormindo, não doente... heheh e nem eu estou doente, como não observaria tamanha beleza... hehe não viu a comissão de frente daquela mulher...

    Enrique: - MARK, você não tem jeito! Que galinha... vou falar para Susanne.

    Mark: - Boa tentativa, Enrique, mas a Susanne já é passado. Terminamos.

    Enrique: - Terminaram ou ela terminou com você. Seu mulherengo safado... - Riu.

    Mark: - Olha só, olha só. Mas é o sujo falando do mal lavado... e você com Victoria, Marcelle e Blanche. Me poupe o sermão Enrique!! - hahaha

    Rochefort: - Huummm... - novo suspiro.

    Mark e Enrique correram para perto dele.

    Enrique: - Ei, o que foi amigão, tá tudo bem contigo? Heim?!

    Mark: - Acho que ele ainda está dormindo.

    Enrique: - Acho que é melhor a gente parar de falar e prestar mais atenção nele, ele pode precisar de alguma coisa.

    Mark: - Quando ele acordar, vou pedir a chave do apartamento dele e ver se trago algumas roupas e toalha, sabonete, essas coisas... Talvez ele precise amanhã.

    Enrique: - É boa idéia. Acho que vai precisar mesmo. Talvez o tio dele fique internado e ele vai ter que dormir por aqui, não é.

    Mark: - Sei lá, Enrique, deixa pra lá né! Não falemos besteiras perto do nosso amigão. Deixa ele ter um sono bom hoje.


    ***


    Aramis continuava inconsolável e abraçada ao primo, continuava chorando.
    Para tentar consolar a prima, D'Artagnan quis ligar para o Senhor de Treville, mas foi impedido pelo policial que estava com eles.


    Policial: - Escute amigo, recomendo que não faças isso.

    D'Artagnan: - Mas porque? Estamos aflitos, precisamos saber de alguma coisa.

    Policial: - Olha, se tivessem alguma notícia, já teriam ligado aqui para mim, e se ligar para o seu chefe, que segundo fui informado, está acompanhando o operação de fora, o celular tocando poderá atrapalhar, não acha?

    D'Artagnan: - É verdade.. o senhor tem razão...

    Policial: - Fiquem tranqüilos, tenho certeza que eles encontrarão uma saída para esta situação difícil... Achar a localização foi primordial para o sucesso deste resgaste. É sempre a parte mais complicada, e nós já conseguimos isso. Vai dar tudo certo, seu amigos serão resgatados e trazidos sãos e salvos para casa.

    Sr. d'Herblay, que estava presente e quis ser positivo disse: - Sim, é claro. Vai dar tudo certo o senhor tem toda a razão policial.

    ***
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    Mensagem por Athos de La Fère Dom Nov 07, 2010 11:28 am

    Nota: É mais ou menos neste tipo de cadeira que foram presos os tornozelos de Athos e Porthos. Mais ou menos, senão seria fácil soltar a algema né!! heheheh

    NUNCA É TARDE... CADEIRA%20689%20G

    É só pra ter uma idéia do 'modelo' de cadeira, mas imaginem umas bem velhas e mais pra metal que madeira.. Smile Wink
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    Mensagem por Athos de La Fère Sáb Jan 08, 2011 3:18 pm

    6. Resgate


    Constance que também estava junto de D'Artagnan e Aramis, ajudava o amigo colorido a acalmar a prima, que estava visivelmente muito abalada. Pela cabeça de Aramis passavam-se várias imagens do relacionamento dela com Athos.
    Imagens de como eles brigavam a todo instante em todo este tempo em que estavam juntos, do ciúmes do Athos mas também da teimosia e inflexibilidade da Aramis. Em seguida, as imagens eram das gentilezas do Athos, dos arrependimentos pelas discussões, e finalmente chegou a lembrança da declaração que ele recentemente lhe havia feito, com violão, a música que ela mais gostava na época e que ele mesmo não achando assim tão boa, fez questão de tocar só porque ELA gostava.
    Será que não haveria tempo para viver a nova chance que os dois haviam decidido dar ao relacionamento deles. Ela estava incrivelmente preocupada com Athos e foi toda essa reflexão sobre ele, a pressão de toda aquela difícil situação que a fez perceber um fato, que a fez... certificar-se de algo importante. As dúvidas cessaram e ela teve a ABSOLUTA certeza: Aramis AMAVA COMPLETAMENTE Athos, François era realmente parte de um passado que eça não esqueceria, mas que certamente não lembraria com a mesma frequência e sentimento de outrora.
    Ela havia superado François e Athos era definitivamente o grande amor da vida dela. Estava certa disso e isso a desesperava porque queria muito estar com ela ao lado dela agora para que ela pudesse dizer-lhe exatamente isso, que ela o AMAVA mais do que tudo.

    Aramis: - Athos... volte para mim, por favor! Eu te amo... - estas últimas palavras saíram num suspiro entristecido.

    Constance: - Aramis, não se desespere, por favor, você precisa ter esperanças. Eu sei que a Polícia vai trazê-lo de volta... e também ao Porthos.

    D'Artagnan: - Vai, prima, pegue e beba um pouco. Só um pouco pelo menos. - D'Artagnan ofereu um copo de água com açúcar.

    Aramis ia recusar, mas pensou em todo o carinho que as pessoas estavam lhe dedicando e não quiser parecer ingrata. Aceito e bebeu, mas não ficou nada mais calma.


    ***

    Chess: - Aqueles idiotas. E eu achando que havia escolhido uma boa equipe. Você já conseguiu, garoto? Não preciso repetir que o seu tempo está se esgotando... na realidade, ele já acabou, deixe-me ver agora mesmo o que você fez. - Chess fez menção de ver a tela do computador onde Porthos 'trabalhava'.

    Porthos: - Não.... eu já terminei... mas falta um proc.. - foi interrompido por Chess que estrangulando-o com um chave de braço bradou enquanto olhava indignado para a tela do computador em que aparecia a conclusão do cancelamento das transferências que Porthos havia acabado de fazer para as contas dos criminosos:
    - Você... seu... vai pagar por isso com a vida... você acha mesmo que vai me passar para trás... estava enrolando o esse tempo todo... ganhando tempo para quê, cretino, filho da p***... Chess estava furioso com Porthos e estava esmurrando o seu rosto, estômago e qualquer parte que pudesse acertar, depois passou a chutá-lo. Porthos ainda tinha o pé preso à cadeira e isso atrapalhava qualquer tipo de reação até mesmo para um lutador como ele, e o adversário tinha a vantagem da arma em suas mãos.

    Aaaw!! Pow! Nããão... Aaahh...

    Chess: - COMECE DE NOVO, IMEDIATAMENTE, IMEDIATAMENTE... VOCÊ 30 SEGUNDOS PARA FAZER TUDO DE NOVO.. AGOOOORA... SE NÃO CONSEGUIR NÃO INTERESSA, MATAREI VOCÊ E VOU ATIRAR NO SEU AMIGO, VOU PICÁ-LO EM PEDAÇOS NA SUA FRENTE É ISSO O QUE VOCÊ QUER...

    Porthos sangrava pela boca e nariz. Tinha um dos olhos roxo pelas pancadas que recebeu e sentia muita dor por que o tal Chess acertou-lhe vários chutes no estômago e costelas. Mesmo assim, teve novamente que ser firme e respondeu ofegante por causa dos golpes sofridos: - Pode fazer o que quiser comigo e com meu amigo, pois vocês mesmos já disseram, ele deve estar morto... DANE-SE!! Não trabalho para você, seu verme! Desfiz as transações, está tudo perdido! Enrolei o tempo que pude e enrolaria mais... Você é um crápula e seu lugar é na cadeia... eu... - as palavras foram perdendo as forças... Porthos estava quase desmaiando quando juntou toda força que lhe restava para dizer: VÁ PARA O INFERNO!

    Chess: AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!!!! - Mais do que furioso, os olhos de Chess estavam com pupilas completamente dilatas... em meio ao pânico, começou a gritar... - VOCÊ NÃO VAI ESTRAGAR OS MEUS PLANOS.. EU VOU DESTRUIR O BANCO PARIENSE... EU VOU DESTRUÍ-LOS... E NINGUÉM VAI ME ATRAPALHAR... MARCEL, GUSTAVE, VOLTEM AQUI... AGOOOOORA... VOLTEM IMEDIATAMENTE... ESSE FILHO DA P*** ESTAVA BRINCANDO CONOSCO... AGOOORAAAAA.... MARCEEEEEEL... EU NÃO VOU SER DERROTADO... - Gritando e gesticulando feito um louco e com a arma em punho Chess havia ficado 'distraído' por tempo suficiente para a ação da Polícia que facilmente, assim como detiveram Fernand e Michel, imobilizaram e prenderam Marcel e Gustave. Desta vez o procedimento não havia sido tão silencioso, Gustave ofereceu alguma resistência, sem sucesso, mas causou algum tumulto.
    Chess só não escutou a ação lá fora porque estava 'entretido' com seu ataque de histeria... - Você tem CORAGEM moleque... tem coraaaaagem.... AHAHAHAHAHAHAHAHA.... muita coragem em falar comigo assim... Você sabe com quem está falando.... heim?!!

    Porthos percebeu que o homem era mesmo um completo insano, sem sombra de dúvidas e em seguida desmaiou. No mesmo instante:

    Comandante: Agora!! Invadam! Se for extremamente necessário, atirem para matar! - deu a ordem sussurrando para a sua equipe de mais dois policiais. Não havia espaço para mais, o local exato onde estava não era muito grande, mas haviam mais policiais do lado de fora e um preparados para entrar pelo lado de fora.

    BAAAM! A Porta semiaberta do local foi escancarada por um chute de um dos policiais.

    Assustado e sem saber bem para onde, Chess atirou: AAAAAAAAH!!! - PÁÁÁ! O tiro não feriu ninguém. Mas manteve os policiais um pouco mais distantes de Chess que só então percebeu o que estava acontecendo. Era a polícia, estava tudo acabado. Mas ainda pensou... NÃO VÃO.. NINGUÉM VAI.. NINGUÉM VAI ME DETER... - próximo a um Porthos desfalecido e ainda preso à cadeira, Chess grudou-se ao pescoço do garoto e apontou a arma gritando: EU VOU MATÁÁÁÁ-LO.. EU VOU MATÁÁÁÁ-LO.... PARA TRÁÁÁÁÁS... PARA TRÁÁÁÁS...

    Comandante: Ei... cara... Fique calmo aí, ok?! Nada vai acontecer com você, nada vai acontecer com ninguém... ninguém vai deter você... só queremos que solte os rapazes está bem...

    Chess: Sim, os rapazes... onde eles estão... HAHAHAHAHA. Marcel, Gustave, Michel, Fernand... onde vocês estão?! Venham logo aqui... Eu estou MANDAAAAANDO... eu estou MANDAAAAANDO... você viu eles não vem... e esse moleque aqui - falou pressionando o pescoço de Porthos e o fez 'despertar' do desmaio - não quis colaborar... nem o amigo dele.. que está morto lá dentro - apontou a estranha caixa no canto da sala onde Athos estava preso e em absoluto silêncio há bastante tempo. Eles não quiseram, agora terão que pagar, sim eles terão que pagar... Você não acha?! HEEEEEEEIM?! RESPONDA?!!

    Comandante: Olha só.... Chess não é... certo Chess... sabemos que está bravo com o Banco Parisiense, mas não é com os garotos que tem que acertar estas contas Chess... não é mesmo... está bem... porque não abaixa a arma e aí podemos conversar sobre como lidar com o banco parisiense, ãhn?! O que você diz?! - o Comandante Le Claire começava a transpirar um pouco, pois percebeu que estava diante de um desequilibrado antes de entrar na sala. As informações na polícia são 'quentes' e é claro que a equipe da polícia já tinha a história do caso nas mãos, já sabiam de Chess, do Banco, dos capangas, já haviam juntado as peças suficientes e pela sua experiência, este estava sendo um caso difícil e parecia que não terminaria bem. Seus homens de elite provavelmente teriam de entrar em ação. Em código, o comandante deu instrução para que o seu 2º em comando (do lado de fora) preparasse os atiradores de longa distância posicionando-os no lado externo do prédio.

    Chess: - NÃO TENTE NEGOCIAR COMIGO IDIOTA... NÃO TENTE... EU ESTOU FARTO... eu vou... AHAHAHA... eu vou acabar com isso agora. HAHAHA... vou sim... AHAAHAH...

    Comandante: - ESPERE, Chess!! Espere!! Ei.. é só você dizer o que você precisa e nós vamos ajudar você.. ok?! - percebendo a aflição de um Porthos que acabava de despertar o comandante continuou as negociações com mais persuação.

    Chess: - Tudo o que EU QUERO é ver o Banco Parisiense arruinado... eles nunca podiam ter feito isso comigo... Eu perdi TUUUUDO por causa deles... agora eles vão perdeeeeeeeer também... vão perdeeeeer... vão peeeeerdeeeer...

    Era o ápice da insanidade de Chess e isso fez com que o comandante tomasse uma decisão assim qe recebeu, pelo fone de ouvido ligado ao rádio, o aviso de que os homens de elite estavam estrategicamente posicionados e com o homem na mira.
    Ia ser arriscado, mas ele conhecia a pontaria de sua equipe, eles não errariam o alvo. Como Porthos estava sentado e Chess em pé segurando-o com força, havia uma distância um tanto 'segura' para um atirador de elite atirar na cabeça do criminoso se fosse preciso.

    Comandante: - Anda Chess, você não está nos ajudando a te ajudar cara... você precisa dizer o quer que façamos e soltar os reféns, tudo bem? Vamos diga...

    Chess: - Eu quero que ele morra!! - disse olhando para Porthos.

    Comandante: - Não faça nada de que vá se arrepender Chess.. anda, solte o rapaz e vamos continuar a conversar. Eu quero que você abaixe a arma agora, vamos, coloque-a no chão. - aproximou-se dos dois alguns passos arriscados e esperou a reação de Chess.

    Chess: - Não se aproxime, para trááás!! Jáááá! Eu vou atirar nele.. eu vou atirar nele... eu vou atirar nele...

    Comandante: - Não atire.. tudo bem... olha, preste atenção Chess, você está se complicando. Escute, eu vou para mais perto de você para que você me entregue a arma, está bem. Mas para provar que não vou fazer nada contra você, eu vou deixar a minha aqui no chão, tudo bem. O Comandante falou enquanto cuidadosamente depositava sua arma (a principal apenas) no chão.

    Chess: - HAHAHAHAHAHA... acha que eu vou acreditar nesse lenga lenga.. ACABOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU!!!! - Chess teve uma súbita reação e puxando Porthos da cadeira com violência, ia puxando o gatilho quando o comandante perspicaz, percebeu e pelo rádio ordenou que o Fox7, o que havia informado que tinha o alvo na mira naquele preciso momento, atirasse.

    Pum! ............................................................................

    Porthos deu um grito de horror quando viu o corpo de Chess caindo. Ele pôde sentir o aperto em seu pescoço diminuindo, até notar o corpo com um buraco enorme na cabeça tombado no chão. A imagem era horrível, e Porthos não conseguiu mais manter a 'frieza' de antes. Pôs-se a chorar em desespero.

    O Comandante anunciou à equipe pelo rádio: - ACABOU! Lá fora pôde-se finalmente ouvir sons, os sons das demais viaturas que aguardavam o fim da operação de resgate.

    Um dos policiais aproximou-se imediatamente de Porthos e perguntou se ele estava bem. Soltando-lhe das algemas disse que ficaria tudo bem e foi levando-o para fora do prédio até uma Ambulância.

    Porthos ainda chorando e desesperado, falou: - ATHOS... meu amigo ATHOS... eu quero ver meu amigo... ele está na caixa.. pelo amor de Deus, tire ele de lá... eu não vou sair daqui até vê-lo e falar com ele... eu.. eu...

    Nesse momento, outro homem da equipe de Le Claire traziam Athos inconsciente nos braços. Dirigindo-se a Porthos, ele disse com firmeza: Está tudo bem, fique calmo. Seu amigo teve um ataque de pânico, está inconsciente, mas está respirando, vai ficar bem. Depressa, tanto você quanto ele precisam de tratamento médico. Agora!

    Porthos parou de resistir, entendeu a situação e decidiu seguir as orientações dos policiais. Logo, os dois estavam nas ambulâncias a caminho do Hospital. Como Porthos era o único consciente, o Sr. Treville decidiu ir na ambulância dele, conversando para acalmá-lo.

    Estava tudo acabado, os 4 capangas de Chess foram presos e o próprio Chess, em sua loucura desvairada por vingança, teve um fim trágico. Morreu com um tiro certeiro na cabeça. Ao chegar ao local algumas horas depois, a equipe de perícia espantou-se ao olhar para o rosto do morto. Pareceu-lhe que ele estava... sorrindo... mas um sorriso ensandecido... tanto que um deles comentou com o restante: - Cara, este aí parece o Coringa, do Batman, não?!
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    NUNCA É TARDE... Empty Re: NUNCA É TARDE...

    Mensagem por Athos de La Fère Dom Fev 05, 2012 9:11 am

    7. Tranquilidade

    Os rapazes, já no Hospital, passaram por exames, e foi constatado que Athos estava bem, apesar dos traumas psicológicos que sofrera. Certamente seria preciso uma boa conversa com um terapueta para ajudá-lo a superar esta experiência. Ele permanecia insconsciente por causa de sedativos aplicados apenas como medida preventiva, para quecele não acordasse em pânico. Porthos, mais 'forte' psicologicamente, com o olho roxo, sentia as dores das fraturas nas costelas causadas pelos socos e chutes que levou do tal Chess e permeneceu acordado, pois não conseguia tirar da cabeça, nem por um segundo, o sufuco que havia passado junto de seu amigo, ainda por cima, estava preocupadíssimo com ele. Conhecia Athos, sabia que a claustrofobia era seu ponto fraco. Tentando confortá-lo ou distraí-lo, estava. Sr. Treville.

    Treville: - Porthos, o importante é que vocês estão bem agora, garoto. Falei com o médico, Athos está bem, só está sedado.

    Porthos: - Eu quero vê-lo, porque não me deixam levantar daqui, estou bem, estou ótimo. Remexendo-se na cadeira, Porthos sentiu as costelas e soltou um gemido de dor. DROGA!!

    O Sr. de Treville o ajudou a acomodar-se e o aconselhou a não fazer esforços. Disse que se ele não parasse de se mexer, pediria que a enfermeira o sedasse também. Porthos não queria, de jeito nenhum, ficar sedado também, queria estar consciente de cada momento. Concordou com os termos do seu chefe e comportou-se. Percebendo que a preocupação do garoto não havia ido embora, pediu que ele aguardasse um pouco sozinho, que ele verificaria Athos e voltaria em seguida para lhe contar como estava o rapaz. Assim o fez. Foi até o quarto de Athos, ao lado daquele e observou-o.

    Sr. Treville: - É meu caro Athos, que susto não! Mas não se preocupem, Porthos está bem, você vai ficar bem, e voltaremos para casa, ok.

    Sr. Treville falava com um Athos inconsciente como se ele pudesse lhe ouvir. Sem a resposta do moço de cabelos longos, mas notando que ele parecia mesmo bem, ao menos aparentemente, pois tinha o semblante sereno e calmo, foi até o corredor. Ligou para a Luxembourg para ver como estavam reagindo as pessoas após a notícia de que os rapazes estavam bem e seguros, apenas se recuperando no Hospital. Ele quis falar com D'Artagnan pessoalmente para saber de tudo e soube portanto que as transações não haviam sido concluídas, que a conta do Banco estava segura e que o Banco já havia sido informado e estava tomando as providências cabíveis juntamente com a polícia. Estava tudo bem agora que os rapazes havia sido encontrados e resgatadas com vida. Muito bem, o Sr. treville encerrou a ligação dizendo a D'Artagnan que assim que chegasse no escritório queria ter uma conversa com ele em particular em sua sala. D'Artagnan gelou, mas concordou e desligaram.

    ***
    Depois da polícia ter ido embora do escritório de Athos e Porthos, os pais de Aramis acharam por bem ir para casa, D'Artagnan ainda ficou, mas eles levaram Aramis para casa e lá, algumas horas mais tarde, a família d'Herblay conversava.

    Aramis: - Mamãe, Papai, estou muito feliz que Athos esteja bem, mas quero muito vê-lo, tenho que embarcar para Toulousse, me deixem ir. Eu tenho tanta coisa para dizer a ele.

    Sr. d'Herblay: - Minha querida, sei do seu amor pelo Athos, e nós também, gostamos tanto dele, não é mesmo, mas neste momento é importantíssimos que tenhamos calma e tranquilidade para agir, vamos tentar ser racionais quando possível, está bem. Nesse caso, é melhor que fiquemos aqui aguardando o retorno deles. Sei que quer vê-lo muito, mas será o tmepo de você ir até lá e eles terem embarcado de volta. Falei com D'Artagnan quando você estava no banho, ele me disse que conversou com Sr. Treville, o chefe dos garotos e eles estão bem, passando pela recuperação no Hospital e provavelmente terao alta amannã. Tendo alta, eles voltarão imediatamente, não haverá porque passarem mais tempo na cidade, correto? Então vamos esperar que eles retornem e aí sim, julgo que Athos poderá até ficar alguns dias hospedado aqui em casa, mais perto de você, sob seus cuidados, creio que ele gostará de não ficar sozinho nos primeiros dias, o que acha?

    Sra. d'Herblay: - Seu pai está certíssimo, minha filha. Eu tenho certeza de que Athos aceitará a proposta, e ficará com o quarto de hóspedes, o que está livre, você pode inclusive já arrumá-lo especialmente para ele, porque não faz isso,heim?! Podia começar agora mesmo.

    Aramis: - Eu sei, está bem, eu concordo e vou sim arrumar o quarto dele. Aramis ficou mais feliz com a possibilidade de ter Athos pertinho dela por alguns dias, na casa dela, sob os cuidados dela, ela o ajudaria e cuidaria dele com muito amor e carinho. Mas retrucou uma outra vontade que tinha: - Eu queria pelo menos ouvir a voz dele, papai.. pelo menos.. mamãe, você não acha que isso é razoável?

    Sra. d'Herblay: - Soubemos que ele ainda está sedado querida, vamos aguardar, logo você falará com ele. Certamente que ele quererá o mesmo. Mas vamos esperar.
    Nenhum dos d'Herblay imaginava o estado de Athos, não sabiam dos detalhes do que tinha acontecido, obviamente que D'Artagnan nao mencionou porque o próprio Treville nao achou prudente contar, não por telefone. Eles portanto, não sabiam do sofrimento por causa da claustrofobia, mas Aramis queria fortemente estar com ele, ela sentia que ele precisava dela mais do que nunca, mas guardou esse desejo e foi arrumar o quarto especialmente para sua chegada. Estava ansiosa, aflita e com muita saudade, tudo isso foi a base para a decoração do quarto. Montou até um scrapbook com fotos dele, e dos dois juntos em momentos especiais que tiveram. Arrumou tudo como Athos gostava, atentando para os travesseiros fofos de que ele amava, um mais mole e outro mais espesso para o pescoço. Todos os lençóis e almofadas na cor que ele mais gostava, um azul escuro que pendia para o petróleo, um quase verde. Tudo terminado, ela esperou, ao lado do telefone, por uma nova e boa notícia.

    *

    D'Artagnan e Constance passaram por tanta aflição, que chegando a hora de ir para casa, os dois resolveram espairecer um pouco, ele sabia que a família devia estar esperando por ele logo, ávidos por notíciais sobre o caso, mas Constance esteve ao lado dele o tempo todo, largou o serviço todo no trabalho, para ficar com ele, ela merecia sua atenção agora. Saindo da Luxembourg, D'Artagnan e Constance foram até um café mais reservado que ficava há algumas quadras de lá, conversaram muito, muito e o assunto chegou ao que realmente importava para ambos... D'Artagnan agradeceu a ela por ter estado com ele, e disse que permeneceu forte por causa da presença dela, disse que ela o fazia assim, mais impetuoso, cheio de vontade e o deixava muito mais feliz do que em qualquer outro momento com qualquer outra pessoa que fosse.

    D'Artagnan: - Constance, você é a razão de eu estar tão alegre ultimamente, de chegar em casa meio cansado e ainda ter forças para grudar no computador... é porque quero falar com você outra vez, mesmo tendo passado o dia na frente de um desktop.. gosto de conversar contigo, gosto da tua presença ao meu lado, me fazes rir, me fazes feliz e eu tenho que te dizer isso agora ou serei um idiota...
    Constance estava emocionadíssima com aquelas declarações, e seu coração palpitava forte, acelerado, ela queria muito ouvir aquilo, ela achava que era o que estava pensando.. será que era? Ela sentia o mesmo por ele, vontade de rir sempre quando estavam juntos, vontade de conversar até a hora do sono chegar, pensava nele todo o tempo e ela ouviu, atentamente às palavras de D'Artagnan.

    D'Artagnan: - Constance, eu te amo e quero que sejamos namorados, você quer namorar comigo?
    Constance quase teve um parada cardíaca, mas sorriu, sorriu um sorriso enorme de felicidade, as bochechas coraram, ela estava ao lado dele no café, e não na cadeira da frente, ela o agarrou num abraço apertado e respondeu:

    Constance: - Ah, D'Artagnan, eu quero, quero muito... eu também te amo... e abraçou forte e ele retribiu e sentiu-se tão confortável ali, tão feliz que quase chorou de alegria. Era ótimo fechar o dia assim, ainda mais um dia tão tenso quanto o que teve.
    D'Artaganan e Constance saíram do café abraçados, e ele a levou para casa. Na porta dela, um rápido beijo para selar o que devia ter sido selado ainda no café. Não podia demorar por ali porque os pais de Constance poderiam aparecer. Ela se despediu e entrou em casa, felicíssima, mas já teve de encarar um olhar curioso, o de seu irmãozinho Jean, que tinha visto tudo da janela da sala. Ele a olhava um tanto assustado e com as bochechas vermelhas, parecendo envergonhado.

    Constance: - Ah, menino! Lá vem você! É feio ficar espiando, quantas vezes lhe disse? Mamãe, Papai, Constance os chamou, tenho algo a dizer. Não me farás chantagens, Jean... e você, meu querido irmãozinho, ela o pegou no colo e deu-lhe um beijinho de esquimó com o nariz, você é muito querido, e jamais o substituiria, não precisa ter ciúmes de mim, eu sei que fazes tudo isto por cuidado comigo, mas saiba que te amo muiiiiiiiiiiiiiito mesmo... Lindo!

    Constance contou a seus pais todo o dia atribulado que haviam tido na empresa e contou também sobre D'Artagnan. Ao contrário do que esperava, seus pais foram muito compreensivos e ficaram até contentes pela filha.

    Sr. Bonacieux: - Quando vamos conhecê-lo, querida?

    Constance: - HAHAHA Calma, Papai. Devagar... tempo ao tempo, demos tempo ao tempo.

    *

    No Hospital, onde Jacques se recuperava de sua cirurgia, Mark e Enrique ainda observavam Rochefort. Algum tempo depois, Rochefort deu os primeiros sinais de que estava acordando e foi se mexendo um pouco, inquieto, abriu os olhos bem lentamente, tentando impedir a luz de chegar até eles, ele abria os olhos e via Mark e Enrique sorrindo ao lado dele, mas não conseguia responder, nem se mover com seu próprio comando, seu músculos não o obedeciam, era o efeito do fim da sedação, minutos passados, e finalmente, ele pôde falar e se mover e fez uma cara terrível ao ollhar para seu braço esquerdo, estava com a sonda presa pela agulha que lhe transferia o soro e a medicação para as veias, o outro braço, imobilizado por causa da transfusão, ele olhou para os amigos e iniciou uma conversa.

    Rochefort: - Oi gente. Como me acharam, eu nem liguei para vocês como prometi, é que foi tudo tão rápido quando cheguei aqui sabe... ele estava morrendo lá... e não deu tempo, me perdoem... tá legal? Ele falava baixinho, mais do que seu tom normal e tímido de sempre.

    Mark: - Oi, parceiro... Mark sorriu junto com Enrique. Você está enrolando a língua amigão, até parece que está sob efeito de álcool. Olha só, não se preocupe, as enfermeiras vêem aqui toda a hora, te ver e colocar medicamento na sua sonda, acho que elas vem te ver mesmo... disfarçam bem, mas ficam aqui mais tempo do que nos outros quartos, nós analisamos tudo, Enrique e eu... Observamos essas moças a noite toda... elas estão gamadinhas em você... como você está?

    Rochefort: - Estou.. bem... que horas são? Eles deram notícias do meu tio? Eu não estou sabendo de mais nada... minha cabeça tá doendo um pouco...

    Enrique: - Calma, amigão. O médico também passou aqui e como você ainda estava dormindo, nós o interrogamos. Seu Tio está fora de perigo, está em observação na Terapia Intensiva por precaução, mas se tudo correr bem até amanhã a tarde, ele será transferido para o quarto. Você poderá ficar com ele, se estiver bem, lhe darão alta hoje. Escuta só, Roche, você quer que a gente lhe traga roupas ou algo assim? Não fizemos isso porque naõ temos a chave do seu apê, mas se precisa de algo, por favor, nos fale, nós vamos até lá. Ou eu ou o Mark, não vamos deixar você sozinho. Ah, e são 22:40.

    Rochefort: - Obrigado. Vocês são os melhores amigos do mundo, sabiam disso? Rochefort sorriu para seus amigos do peito, irmãos de todas as horas. Podia contar com eles sempre e foi aí que decidiu pedir ajuda sim. Gente, que horas você disse que são, Enrique? 22h?? Caramba, Chatte, ele... ele precisa comer, a ração dele, ah, meu amigos, se puderem me quebrar essa, ficarei infinitamente grato, podem dar um olhada no meu gato, ver se ele está bem e se a comida e a água acabaram?

    Mark: - Opa, claaaro!! Deixa comigo então. Quando moleque, ajudava minha avó a cuidar de Sofie, a gata dela, eu manjo um pouco de gatos, deixa comigo, dou carinho e tudo... hahaha Mas não precisa de mais nada, como o Enrique falou, roupas, objetos pessoais, essas coisas?

    Rochefort: - Talvez, amigos, eu odeio Hospitais, tenho um péssimo sentimento dentro deles e só costumo vir em caso de vida ou morte como esse. Deve ser alguma espécie de resquício do acidente que eu sofri quando criança. Eu não imagino o que vá precisar, Razz, e agora? Ele olhou confuso para os amigos como quem pede apoio, um conselho sobre o que fazer, como agir. Eles entenderam aquela carinha perdida e Mark novamente falou.

    Mark: - Deixa comigo de novo!! Eu vejo o que precisa e fuço nas suas coisas e trago o que achar importante, se quando eu voltar você achar que falta algo, eu volto e busco, ok? Eu preparo uma mala para você amigão.Fica frio! Descansa bem. Espera o médico.

    Enrique: - Espera aí, e eu, o que vou fazer para ajudar, ficar olhando?

    Mark: - Êêêê... bobão, vai ficar aqui e cuidar do Roche. Alguém tem que ficar, falar com o médico e tudo mais. Você dá o suporte aqui, eu dou por lá. Tudo bem? Aliás, é melhor avisarmos às enfermeiras que Rochefort acordou, vamos ver elas se estapeando para ver qual virá lhe atender... hahahahaha Eu vou sair e aviso as moçoilas. hahahaha Gargalhando, Mark saiu do quarto e foi cumprir sua missão da noite. Enrique e Rochefort se racharam de rir no quarto.

    Rochefort se sentiu muito amparado pelos amigos, viu que não estava sozinho, e estava muito feliz por saber que seu tio estava bem. Incrível esse sentimento estranho. Ele pensou que odiava o tio, por tudo que este o fez passar na vida, mas não, ao descobrir que perderia sua única família, tinha ficado tão desesperado, sentiu-se tão inseguro. Ter os amigos por perto lhe fortaleceu e ouvir boas notícias sobre seu tio da boca deles, lhe fez sorrir, e sentir-se muito bem. Ele queria alta, e ia pedir isso ao médico. Mas antes, lidaria com Desireé, a enfermeira que apareceu no quarto, e com quem havia falado ao telefone. A que tinha uma perfeeeeita comissão de frente, segundo Mark e Enrique.

    Desireé: - Monsiuer Rochefort, que bom que se restabeleceu. Já chamamos o Dr. Gerard para lhe ver. É provável que lhe dê alta.

    Rochefort: - Oi moça, saindo daqui, poderei ver meu tio?

    Desireé: - Oui, Monsieur.

    Rochefort: - Desculpa, qual é o seu nome, por favor?

    Desireé: - Desireé, monsieur.

    Rochefort: - Ah, sim, foi com você que falei ao telefone. É um prazer conhecê-la e a propósito, não querendo parecer rude, ou grosseiro, por favor, acabe com esses Monsieur, está me matando, fazendosentir-me... velho. Sorriu no final da frase., que lindo sorriso ele deu.

    Desireé: - Encabulada, Desireé sorriu e corada, respondeu apenas... Oui.. mon... é.. Oui.. e novamente sorriu.

    Enrique queria chorar de rir, era a primeira vez que via seu amigo Rochefort, o tímido Rochefort, sempre o mais discreto e comedido dos três, dando uma de galanteador, sedutor, ela fez a moça corar, a enfermeira mas sexy, na avaliação de Enrique e Mark, e também a que lhes pareceu ser a mais segura e confiante de todas, pois era também a mais bonita, perdeu o rebolado com Rochefort, um rapaz que de tão tímido, quase nunca se expressava bem com mulheres.

    Ela saiu do quarto depois de tirar a agulha e desmontar toda a parafernália da sonda e etc. de Rochefort, e por isso mesmo, deu vazão para Enrique extrapolasse seus risos.

    Enrique: - HAHAHAHAHA Ah, olha só, quem te viu, quem te vê!! Estás mesmo renovado, meu amigo! Isto é muito bom!! Você tirou a garota das órbitas... que beleza!! Você conquistador é novidade para mim.

    Rochefort: - Pára com isso, Enrique, só estava pedindo à garota que não me chamasse de senhor, é muita formalidade e ainda me considero jovem, não, chamar-me senhor, me fazer pensar o contrário, que sou velho... sorriu de novo!

    Enrique: - Estou muito feliz que esteja bem, Roche... de verdade, quando saíres daqui e teu tio estiver 100%, vamos a uma saidera só nossa, heim?! O que me diz?

    Rochefort: - Claro, claro!

    Enrique: - E você pode levar a Desireé!! HAHAHAHAHA

    Rochefort: - Páááára, Enrique! A garota pode chegar e escutar... e ela não me interessa dessa maneira.. qual é?!
    Enrique: - Ah, vá! Qual é digo eu?! Você está enxergando direito, a garota é linda, NUNCA É TARDE... 752735 'guapísima', como dizemos na minha terra... parte para cima, raposão!

    Rochefort: - QUE?! HAHAHAHAHAHAHAHA Raposão... ah, meu Deus.

    Enrique: - Mark também a aprova. Tem a nossa bênção! hahahahaha

    Rochefort: - Vocês são incorrigíveis! Smile

    *

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