Cardeal da Igreja Católica este homem tinha de tudo menos de santo! Primeiro Ministro do Rei Luís XIII, é ele que detém todo o poder em França chegando a mandar mais que o próprio Rei, que em parte não passa de um mero joguete nas suas mãos! Tem um ódio de morte pelo Corpo de Mosqueteiros e o pelo seu Capitão e deseja profundamente denegrir a imagem destes perante o Rei. Determinado a manter o Rei de rédea curta, Richelieu irá montar planos para destruir todos aqueles que são leais ao Rei incluindo a consorte deste a Rainha Ana da Áustria, que tenta destruir a todo o custo com auxilio da sua fiel espia, Milady de Winder e do Chefe da sua guarda o Conde de Rocheford. Depois de muitos planos destruídos pelos mosqueteiros de Sua Majestade o Cardeal acaba por reconhecer que tinha de facto adversários formidáveis e chega mesmo a unir força com estes (na série) contra o bandido da mascara de ferro.
O Cardeal Richelieu criado tanto por Dumas como o adaptado para a série era um homem perverso que não olhava a meios para conseguir o que queria nem ao seu habito religioso. Mas o homem real apesar de todos os seus grandes defeitos é igualmente lembrado como um grande estadista que deu estabilidade à França quando mais ninguém foi capaz de o fazer.
Nascido em Paris, Richelieu como primeiro-ministro do Rei Luís XIII estabeleceu a monarquia absoluta. Estudou para ser militar, mas optou pela formação religiosa tornou-se bispo em1608, assumindo a diocese de Luçon, concedida à sua família por Henrique III.
Em 1616 é nomeado secretário de estado por Maria de Medici, a rainha-regente, retirou-se para Avignon após a deposição dela. É chamado de volta a Paris pouco tempo depois, foi nomeado cardeal pelo papa em 1622.
Aos poucos ganhou a confiança de Luís XIII, e foi nomeado para primeiro-ministro em1624 e tornou-se assim o senhor absoluto de toda a França.
Aniquilou várias conspirações para tentar derrubá-lo do poder, principalmente organizadas pela aristocracia.
Administrativamente o seu governo foi repressivo, mas bem-sucedido: o poder dos senhores feudais foi quebrado e a França foi unificada sob hegemonia real. Reorganizou o país, com a criação nas províncias do cargo de intendente real e o estabelecimento de uma legislação tributária
Implantou grandes medidas económicas orientadas para o capitalismo mercantilista.
Em obediência às resoluções do Concílio de Trento, reformou o clero francês e deu início à época dos grandes bispos e oradores sacros. Fundou a Academia Francesa, prenúncios do grande século da civilização francesa.
Externamente interveio na guerra dos trinta anos ao lado dos príncipes protestantes e financiou as campanhas dos suecos contra o imperador. Interveio também na Itália, participando da guerra de sucessão de Mântua e subjugando a resistência do duque Carlos Emanuel I de Savóia, e estabeleceu aliança com o Piemonte contra os espanhóis. Declarou guerra à Espanha em 1635, apoiou a restauração em Portugal de 1640 e ocupou o Roussillon em 1642, porém morreu em Paris antes da assinatura da Paz de Vestfália, que pôs fim a guerra dos trinta anos.
Foi apesar de todas as controvérsias à sua volta o maior estadista francês do Antigo Regime.