The Road

Realização: John Hillcoat

Elenco: Viggo Mortensen, Kodi Smit-McPhee, Robert Duvall, Guy Pearce, Molly Parker, Michael K. Williams, Garret Dillahunt, Charlize Theron, Bob Jennings

Sinopse: Num mundo em ruínas após um evento apocalíptico, um pai e o seu filho estão a andar para Sul numa tentativa de escapar ao frio do inverno que cada vez está mais intenso, mas ao longo do caminho eles têm que evitar bandos de assassinos sem lei, em que a sua única arma é uma pistola com 2 balas.
Na sua jornada para um lugar melhor, eles encontram canibais e milícias organizadas, bem como outros refugiados. Na sua viagem chegam a um abrigo contra bombas cheio de comida e outros suplementos, mas em vez de ficar nesse local, continuam o seu caminho até chegarem à costa.

Forte... vi a obra na livraria... gostaria de ler... mas deve ser uma leitura densa demais... :/

AMEI o livro, mas é de facto muito duro. Cá está a crítica que lhe fiz, num outro fórum mais dedicado à leitura:

"É um relato duro, muitas vezes brutal, evocativo de morte e desolação, por vezes quase assombrado. Mas mais do que o tema óbvio que estes cenários mais evocam, que é a luta pela sobrevivência, o que mais me impressionou foi a forma como abrange, ainda que de forma mais subtil, temas tão humanos como a perda e o peso da memória.
Li este livro dividida entre dois sentimentos. Por um lado, apetecia-me ler sem parar, saber o que ia acontecer a seguir, custava-me abandonar aqueles dois seres humanos em tão extremas circunstâncias. Por outro lado, é uma leitura que, psicologicamente, custa a manter, e que se vai tornando cada vez mais difícil à medida que vamos “gostando” deles, e vamos sendo sempre confrontados com o mesmo: uma jornada interminável; uma vida, especialmente no caso do miúdo, perdida numa jornada sem fim; sempre os mesmos obstáculos, e, sobretudo, o mesmo cenário sombrio, denso, absolutamente desolador.
Além de ter adorado a escrita, gostei do facto de termos de puxar pela imaginação para sabermos o que aconteceu na Terra, quem são estas personagens e que vida tinham antes da catástrofe, etc. Para algumas pessoas, pode significar uma coisa: falta de imaginação e/ ou preguiça do autor ... mas eu gostei da opção. Claro que se todos os livros fossem assim eu teria uma opinião diferente, mas neste caso concreto, adorei.
Quanto às personagens, aqueles dois seres humanos, de quem pouco sabemos, nem sequer os nomes (são “o homem” e “o rapaz”), idades ou aparência, acabam por nos envolver, tornando-se tão próximos de nós, que nos desafiam a confrontarmo-nos com a nossa finitude, enquanto pessoas, e enquanto raça. Adorei aquele pai exausto, marcado pela fome e pela dor, pela memória do que perdeu, e pela desesperança no futuro. Adorei aquele filho, aquela criança doce, ainda inocente, que se, por um lado, ainda se questiona, por outro tem total confiança no pai. Esta sua resignação foi uma das coisas que mais me tocou, já que a maior parte dos diálogos entre os dois terminavam com um confiante e desarmante “Está bem”, que às vezes me fazia ter de parar um pouco a leitura, para ganhar ânimo.

É, de todas as histórias que mostram a luta pela sobrevivência depois do "fim do mundo”, a mais tocante que conheço e, embora seja talvez o livro mais negro que li até hoje – admito que este e outros factores podem levar muita gente a não gostar do livro - é, ainda assim, um dos melhores livros que alguma vez li"

E, claro está, estou mortinha por ver o filme, mas ainda não tive oportunidade.