The Musketeer

A história dos Três Mosqueteiros está constantemente a ser adaptada e reinventada e sempre achei muito curioso ver a forma como as várias versões se vão influenciando umas às outras.

Por vezes há pequenos pormenores que surgem num filme e que acabam por ficar e passar para o filme seguinte de tal modo que se depois só tivermos em conta as adaptações cinematográficas, acabamos por estranhar a obra original de Alexandre Dumas.

Por exemplo, aqueles filmes em que o Corpo de Mosqueteiros é dissolvido…é uma ideia que já apareceu em pelo menos dois filmes e que nada tem a ver com a obra original…

Isto só significa que cada nova adaptação da obra procura ter sempre em conta tudo o que foi feito para trás…

Pois é François533, é esta a ideia com que fico depois de ver várias adaptações que têm sido feitas sobre esta história.
Lembro-me que a primeira vez que li o livro, apesar de ser uma versão destinada a um público juvenil, estranhei desde logo o facto de a Constance ser casada com o Bonacieux.
Foi uma coisa que me chamou a atenção porque é difícil encontrar essa situação nos vários filmes. Normalmente eles têm sempre outras relações de parentesco de modo a permitir que o D’Artagnan e a Constance formem um par amoroso…


Talvez tenhas razão quando dizes que a versão mais fiel é a de 1973 (acho que há várias pessoas a pensar o mesmo)…
Pelo menos neste filme a Constance aparece casada com o senhor Bonacieux…


Quanto á versão da Disney de 1993, é claro que não deixa de ser uma história interessante que traz um elemento novo… a dissolução do Corpo de Mosqueteiros… Acho que as personagens não estão mal de todo embora o Cardeal apareça como uma figura ainda mais sinistra do que o normal.

Quanto á Milady até me parece que ela acaba por ser uma vilã algo simpática que seguiu aquele caminho mais por culpa do destino do que propriamente por uma má inclinação pessoal… não sei se será assim ou não mas é esta a ideia com que fiquei…


No que diz respeito á dissolução do Corpo de Mosqueteiros, a ideia surge precisamente no filme de 1993 se não estou enganada, sendo retomada mais tarde nesta versão de “O Mosqueteiro”. Quando D’Artagnan chega a Paris depara-se com a extinção do Corpo de Mosqueteiros que são substituídos pela Guarda do Cardeal que fica com a missão de proteger o Rei.
Alias, se não estou em erro, neste filme os mosqueteiros até têm um papel bastante secundário… talvez seja por isso que o título é “O mosqueteiro” no singular em vez de estar no plural como costuma acontecer na maior parte das vezes…


Pessoalmente não é um dos filmes que mais me atraia mas é sempre interessante ver a forma como a história pode ser reinterpretada vezes sem conta…

Das várias adaptações que já foram feitas considero que esta é uma das mais infelizes por vários motivos.

Por um lado foge demasiado ao original de Alexandre Dumas…e como se isso não fosse já por si suficiente ainda há um outro factor que também me chama a atenção…é que o próprio enredo também não me convence muito porque praticamente não tem nada a ver com a obra original…

Neste filme nem consigo perceber em que ano é que a acção decorre porque D’Artagnan aparece como sendo filho de mosqueteiro mas se assim for não podem estar em 1625…ou lá perto…

Por outro lado os reis também são demasiado velhos…

E afinal de contas o que é que os mosqueteiros lá estão a fazer? Praticamente nada a não ser servirem os interesses de D’Artagnan…


Concordo com a Lyrrinne quando diz que teria sido preferível fazer outra história com outros nomes e personagens…mas também não nos podemos esquecer que se o tivessem feito os autores desta versão já não se poderiam apoiar no prestígio e notoriedade derivadas do facto de se invocar o nome de Alexandre Dumas…

Mesmo os vilões do filme também não me convencem muito…

A Milady nem existe e o equivalente a Rochefort não passa dum psicopata descontrolado…


Enfim…é uma versão que na minha opinião não pode ser levada muito a sério…

Muitas vezes quando vejo este filme opto por pensar que as personagens têm outros nomes que não aqueles que tão bem conhecemos…acho que facilita um pouco…

Apesar de não gostar de todas as versões que tenho visto desta história aceito que tem de haver espaço para tudo…