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    DEZ ANOS DEPOIS...

    Lyrrinne
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    Mensagem por Lyrrinne Sáb Out 02, 2010 12:48 pm

    CAPITULO I
    O reencontro

    Passaram-se dez longos anos, dez anos onde tudo mudou, onde houve perdas e dor e somente conforto encontrado em memórias passadas. Aquelas memórias de uma amizade forte e unida, que nada, nem mesmo a pior das tempestades poderia um dia separar, mas os homens não são infalíveis, pois são por natureza criaturas fracas, sentem remorsos, sentimentos de traição e a dor profunda das perdas. Vivem presos ao mundo perverso das aparências e valores imorais que os rodeiam, onde uma pequena acendalha levada pelo vento pode tornar-se num incêndio descontrolado.
    D’artagnan observava consternado, montado sobre o seu cavalo negro no topo da colina o pequeno convento, que se avistava ao fundo do vale. Era ali que ela estava, após dez anos de mágoas o ciclo teria que se fechar. Tudo começara com ela e com ela tudo teria que acabar!

    A trote, o fogoso animal desceu a colina, aquele grande negro frísio musculado pouco tinha a ver com o pequeno Rocinante, agora velho e demasiado cansado para as aventuras militares do dono, dera a Atlas a sua sela, pastava livremente, até ao final dos seus dias pelos vastos prados a redor de Paris.
    Ao chegar perto do convento D’artagnan sentiu-se apreensivo, teria ela mudado? Como ele mesmo mudara? Já não era o jovem inocente, que viera para Paris em busca de um sonho, era sim um homem feito e maduro, no furor dos seus trinta anos, mas agora constantemente preocupado com o futuro. Nestes dez anos que passaram combatera em guerras e foram demasiadas batalhas, mais do que aquilo que ambicionara enquanto jovem Cadete de Mosqueteiro, agora ele, Charles d’Artagnan, era Capitão dos Mosqueteiros, um cargo que nunca ambicionara, nem o peso nem a responsabilidade das vidas a seu cargo. Vira morrer nos seus braços demasiados companheiros e vira partir demasiados bons amigos. Alguns levados não pelo gume afiado da espada inimiga, mas pela traição, ou pelo que julgaram todos ter sido uma traição à amizade… a amizade que os unia.

    Desmontou, e após um ligeiro afago a Atlas, tocou a sineta do portão principal do convento, por momentos houve silêncio, que o fez tocar de novo com mais energia o pequeno instrumento. Passos lentos aproximavam-se, um pequeno postigo no portão abriu-se, tudo que D’artagnan pode vislumbrar foi os olhos de uma mulher já idosa.
    - Que desejais, bom homem?! – averiguou a freira.
    - Boa tarde, Irmã! – retirou o chapéu da cabeça e passou a mão pelo bigode e pêra que deixara crescer– Procuro alguém que está a viver convosco!
    - E quem será esse alguém, jovem?! – semicerrou os olhos, reparando na capa de mosqueteiro que este trazia.
    - Quem procuro, boa Irmã, dá pelo nome de Renée d’Herblay… ou talvez mesmo Aramis… - o nome saiu-lhe apertado da garganta.
    Houve um longo silêncio da parte da freira, estaria a tentar lembrar-se ou a imaginar uma desculpa credível de momento?
    - Desculpai… não está aqui ninguém com esse nome! – dito isto puxa o postigo com força.
    D’artagnan mete a mão neste praticamente entalando os dedos.
    - Irmã! Pensai novamente! – forçou a abertura do postigo - Uma mulher a rondar os seus quarenta anos, loira, de olhos claros…azuis… provavelmente com alguns trejeitos masculinos ao falar! Sei que ela está cá, porque me mentis?! – indagou descontente - Não é a mentira, um pecado mortal aos olhos de Deus, Irmã?! – ergeu a voz mais do que aquilo que queria.
    Relutantemente, após um prolongado suspiro, a mulher abriu os portões a D’artagnan, este entrou rapidamente, mal coube entre estes, olhou em volta com ansiedade.
    - Quem procuras mosqueteiro, está na capela de São Demétrio! – apontou na direcção desta.
    - Agradeço-vos, podeis ter salvado uma vida hoje… - beijou a mão da velha mulher em agradecimento.
    - Terei?!… meu rapaz, cabe a Deus salvar vidas, a mim somente as guiar! – afastou-se lentamente de D’artagnan.

    A pequena capela de São Demétrio… o santo protector dos soldados, estava vazia à excepção daquele vulto tão reconhecível de joelhos junto ao altar, mesmo dentro daquelas roupas brancas singelas e eclesiásticas, D’artagnan podia ver aquela, que em tempos lutara a seu lado e lhe salvara tantas vezes a vida. A quem chamou em tempos de “amigo” e “irmão d’armas” a quem jurara dar a sua própria vida, caso fosse necessário.
    Não foi preciso sequer falar para D’artagnan, os seus passos, aquele som familiar das botas militares a tocarem no mármore da capela, acordaram Renée do momento de reflexão em que encontrava que ergueu a cabeça em direcção ao altar, implorando em silêncio que não fosse quem pensava ser, os olhos tremia-lhe com as lágrimas que se recusava a deixar sair. Poderia ser qualquer um dos três, que abandonara dez anos antes… encontraram-na. Num impulso ergueu-se e voltou-se em direcção ao homem que se aproximava dela. Podia sentir o coração a bater cada vez mais depressa a cada passo que D’artagnan dava na sua direcção. Este parou mesmo em frente dela, os olhos de ambos observam-se, os dez anos que passaram tinham deixado as suas marcas nos rostos de cada um. Mas, as marcas interiores eram bem mais profundas que as visíveis. Renée baixou a cabeça não suportando continuar a olhar daquela maneira para D’artagnan.
    - Olha para mim, Renée… olha bem… para mim! – havia revolta na sua voz, raiva controlada.
    - Charles.. eu… - não conseguia falar.
    - Como pudeste abandonar-nos… Renée?!- agarrou-a firmemente pela roupa puxando-a para si.
    - Não.. – soltou-se dele, irada - tu viste como os outros reagiram! Não me queriam por perto! Odiaram-me!
    - E com cobardia, fugiste… novamente! – gritou-lhe. – Fugir na vida foi tudo que soubeste fazer!
    A voz de D’artagnan ecoou pelas paredes da capela, causando de imediato o choro em Renée que se deixara cair sentada sobre um dos bancos da capela.
    - Desapareceste, sem deixar rasto, quando podias ter ficado! – agarrou-a pelos ombros agitando-a - Onde estavas Renée, quando a Milady matou a Constance? – a voz tremeu-lhe -Onde estavas tu quando a enterramos?! Onde estavas, quando precisei de a chorar?! TRAISTE-NOS! Tudo por medo de enfrentares o Athos e o Porthos! Como pudeste fazê-lo?! DIZ-ME! FALA DE VEZ! – Havia revolta mas não ódio nas suas palavras.
    Renée ergueu a cabeça para D’artagnan, não haveria palavras que justificassem os seus actos. D’artagnan, completamente irado com a inércia de Renée dá-lhe um forte estalo que a deixa atordoada agarrada aos assentos da Capela. Merecia aquilo e muito mais, era verdade que fugira para não encarar Athos e Porthos a dor era demasiada. Não aceitaram, como D’artagnan tinha, o facto de ela ser uma mulher, como ela pensara que um dia fariam quando a verdade fosse revelada, em vez disso, repudiaram-na… ainda ecoavam na sua cabeça os gritos de indignação de Porthos contra ela e o olhar incrédulo e magoado de Athos.
    - Vieste para me condenar então, Charles?! - limpava nas costas da mão o fio de sangue que lhe escorria pela boca.
    - Não, Renée… Não… - abanou a cabeça – tu já condenaste-te a ti própria, há dez anos atrás!
    - Então que fazes aqui?! Pedi tanto ao Capitão para que nunca revelasse…
    - O Capitão está morto… - disse secamente.
    Renée olha-o com angústia de ter recebido assim a notícia da morte do homem que via como pai e mentor, por quem nutria um profundo amor e agredicimento.
    - Não… como?! – estava incrédula.
    - Uma queda aparatosa do cavalo… o Sr. Tréville já não era muito jovem… a ferida não chegou a sarar… - suspirou. – Morreu da infecção…
    - Oh, meu Deus … - cobriu o rosto com as mãos.
    - Somente no leito de morte disse onde estavas, porque lhe implorei! Aramis… Renée preciso de ti agora mais que nunca, o Athos e o Porthos precisam de ti!
    - Ninguém precisa de mais de mim… - voltou-lhe as costas.
    - Achas que não? O Athos anda sempre embriagado desde o dia que desapareceste… - Renée gelou com a noticia – O Porthos pouco sei dele, sei que se casou… que passa os dias a maltratar a criadagem… a gritar-lhes… Renée, tens que voltar, só tu os podes salvar das sombras de homens que se tornaram! Eles não queriam ser cruéis naquele dia, e isso consome-os até hoje!
    - Não te posso ajudar… - disse-o quase em surdina.
    - Como, podes dizer isso? Esqueceste por completo a nossa amizade, aquilo que um dia juramos, de espadas cruzadas… “um por todos”…?!
    Houve um silêncio terrível entre os dois. D’artagnan estava perplexo pela mudez de Renée. Abanou a cabeça sem acreditar. Voltou-se em direcção à saída da capela, revoltado olhou uma última vez para Renée que se mantinha em silêncio a olhar para a parede lateral da Capela como que a tentar ignorar a presença de D’artagnan.
    - Não foste só tu que perdeste a amizade deles naquele dia, eu também os perdi, pois sabia o teu precioso segredo e guardei-o, para quê? … para ver depois o Athos e o Porthos pedirem, graças a isso, a demissão do Corpo de Mosqueteiros, deixando-me a mim também, sim ARAMIS, és tudo que eles disseram que eras e muito pior… TRAIDORA! – enraivecido atira para os pés de Renée a capa de mosqueteiro – Já que esqueceste o significado dessa farda, que um dia vestiste, podes pegar-lhe fogo, não vale a pena guarda-la.
    Renée não conseguia falar, o nó na sua garganta impedia-a de prenunciar qualquer tipo de palavra. D’artagnan caminhou a passos largos para a saída, parando somente nas suas arcadas.
    - O meu filho… foi raptado… pensei que ao menos vocês… - saiu rapidamente da capela.
    Renée pode ouvir o som proveniente dos cascos do cavalo de D’artagnan enquanto este partia dali a galope, Trémula agarrou na capa caída aos seus pés e abraçou-a, caindo de joelhos no chão da capela, a chorar. Uma mão pousou sobre a sua cabeça, era a Irmã que falara anteriormente com D’artagnan. Renée abraçou fortemente a velha mulher.

    Após varias noites sem dormir, o sono finalmente dominara D’artagnan, nada correra como previra… Aramis… Renée era de facto uma traidora como todos afirmavam… nem se comovera com a noticia que o filho que tivera com Constance estava desaparecido, levado a meio da noite por estranhos… como podia ter mudado tanto, pensando bem também ele mudara… a própria Paris mudara.
    D’artagnan acordou em sobressalto do seu sono precário quando sente algo a cair-lhe sobre o corpo, num ápice pega na espada para vislumbrar um vulto que conhecia.
    - … “e todos por um”! – falou o vulto.
    - Aramis! – repara na capa que esta tinha atirado sobre ele.
    - Não mereço envergar mais essa farda… mas, jurei algo um dia a um amigo… e pretendo cumprir… espero que não seja tarde! – disse com a voz tremula.
    D’artagnan abraça-a.
    - Eu sabia… não podia ser… - riu-se com prazer.
    - Poderás algum dia me perdoar, D’artagnan?!
    - Que achas que é este abraço?! – apertou-a de encontro a ele - Mas, porquê?
    - Tinhas razão… tive medo de os enfrentar… ainda tenho… - Aramis suspirou.
    - Eu estarei lá… - sorriu-lhe.

    Não fora fácil para D’artagnan trazer-los até ali, ao pé da mesma árvore onde um dia quase esteve prestes a travar um duelo com eles, Athos e Porthos pareciam aborrecidos de ali estar, das memórias do local e tudo o resto. Athos estava sentado junto à árvore a beber como era agora seu costume, de roupa suja e com o cabelo a condizer parecia mais um mendigo. Porthos parecia sentir a falta das mordomias do seu palacete. Sacudia a roupa de poeira imaginária, parecia mais um pavão dentro das suas roupas demasiadamente vistosas para alguém do seu tamanho, sempre fora vaidoso mas aquilo era um exagero.
    - O que estamos afinal aqui a fazer?! –disse Athos de voz arrastada. – Disseste que tinhas algo importante a dizer-nos, mas até agora ainda não abriste a boca, se não falas vou voltar à taverna, onde está uma mulher bem quente à minha espera. – bebeu avidamente o que restava na garrafa e atirou-a fora – Com licença!
    - Não. - D’artagnan segurou-o. – Espera!
    -Solta-me! – empurra-o.
    - Não é o D’artagnan que vos quer falar … - ouviu-se uma voz familiar sair das sombras – sou eu! – Renée avança.
    Porthos ficara pasmo ao vê-la, sim era ela, mesmo sem o seu longo cabelo loiro que agora dava-lhe somente pelas orelhas. Porthos mesmo tendo passado dez anos reconheceu-a imediatamente, envergava o mesmo tipo de roupas masculinas do seu passado, mas agora já sem a preocupação de ter o peito ligado, podia ver-se claramente as suas formas femininas mesmo por debaixo do gibão. Porthos franziu as sobrancelhas e olhou para o lado como que a negar que ela… sim ela… estava ali. Athos cambaleante aproximou-se, D’artagnan segurou-o temendo que este a agredisse, Athos empurra novamente D’artagnan com desdém, aproxima-se de Renée. Agarra no rosto desta com uma das mãos e empurra-a de encontro à árvore.
    - Afinal se calhar não tenho que ir até ao bordel! – tresandava a vinho. – Afinal uma mulher é sempre uma mulher! – inclinou a cabeça sobre Renée, como quem se preparava para a beijar.
    Renée sem pensar muito, agiu instintivamente, dando de imediato uma forte joelhada nas virilhas de Athos, obrigando este a cair de joelhos no chão e tentar de alguma forma acalmar a dor aguda e subida que sentira. Porthos riu-se com o sucedido parando de imediato para voltar a ter de novo aquele ar sério, que tentava manter.
    - Olha para ti Athos… e para ti Porthos… deviam ter vergonha ao que chegaram! – estava incrédula.
    - Nós?! – disse Athos que se tentava então erguer do chão. – Nós?! – Riu-se com desdém.
    - Tu é que devias ter vergonha na cara, mulher! - replicou de imediato Porthos.
    - É esse o facto que não aceitas Porthos… o de eu ser uma mulher?! – olhou-o fixamente.
    Porthos olha para o lado incomodado com o olhar fixo de Renée.
    - Se soubéssemos que tínhamos uma mulher entre nós, todas aquelas noites em que estivemos acampados teriam sido muito mais… agradáveis. – zombou Athos.
    Renée, revoltada com a falta de respeito, agarra de imediato Athos pela roupa e empurra-o de rompante contra o tronco da árvore, fazendo este gemer com o impacto forte sobre as suas costas.
    - PÁRA ATHOS! Estás a começar a meter-me nojo! – gritou-lhe Renée.
    - Ora… Ora… aposto, que até ias delirar! – riu-se.
    Renée soca-o no estômago e atira-o com desdém para o chão, Athos mesmo dorido não parava de rir.
    - Vocês os dois! – diz Renée a d’Artagnan e Porthos – Agarrem-me neste tipo e tragam-no à força se necessário, vamos pô-lo sóbrio de vez!
    Os outros dois assim o fazem, Porthos ainda que algo relutante em obedecer ao pedido de Renée. Arrastam Athos, que se debatia, até à beira do rio.
    - Atirem-no lá para dentro! – apontou para a água.
    - Enlouqueceste? A água a esta hora da noite está gelada! – replicou Porthos.
    - Melhor ainda! Atirem-no! – respondeu-lhe.
    Assim o fazem, Athos mal se sentiu dentro das águas geladas do Sena quase saltou de uma só vez para fora de água, sendo empurrado de novo lá para dentro por Renée, que se atira juntamente com este forçando-o a mergulhar. Athos atarantado pelo frio e pelo tratamento de choque que Renée lhe aplicava debatia-se contra esta sem grande sucesso.
    - O que é feito do Athos que conheci?! Acorda Athos! – empurrava novamente Athos para baixo de água.
    Renée só o deixava vir ao de cima para respirar, Athos já com uma certa falta de ar grita-lhe.
    - N… não… Aramis chega!… Estou acordado… estou acordado…! – empurra-a.
    Athos tenta chegar à margem mas cai dentro de água novamente, estava completamente desorientado, Renée arrastou então Athos para a margem. Porthos afastou-se ligeiramente, com aquele sorriso de “eu não preciso de banho”, após Renée o ter olhado de esguelha.
    - D’artagnan, podias acender uma fogueira? Vai ser uma longa noite… - suspirou Renée. – Porthos ajuda-me a despi-lo.
    - Despir??...
    - Sim, dentro destas roupas molhadas ficará doente! – arrancou-lhe o gibão.
    - Certo… mas e tu? – disse-o a medo.
    - De mim cuido eu, agora ajuda-me! – puxava-lhe pela camisa.
    Athos estava um autêntico peso morto, semi-desmaiado com o efeito do álcool, mas continuadamente a praguejar, com tratamento que estava a receber dos ex-companheiros, foi uma pequena aventura arrancar-lhe toda a roupa encharcada e imunda, que este não devia mudar há semanas. Estoirado Athos foi deixado a dormir enrolado numa das capas dos camaradas.
    Renée estava encostada à árvore também ela enrolada numa capa, e observava Athos, suspirava de alívio por ter conseguido acalmar Athos ao ponto deste adormecer, de certo dormiria até de manhã. Porthos estava sentado junto à mesma árvore e mirava-a, sorriu disfarçadamente, apesar de tudo que tinha ficado para trás naqueles dez anos, era bom tê-la ali junto a eles… somente naquele momento Porthos percebeu-se do quanto sentira a sua falta, num impulso, ergueu-se e para surpresa de Renée este abraça-a a chorar.
    D’artagnan que afagava o seu cavalo junto ao rio suspirou de alivio, ao ver aqueles dois abraçados, tudo parecia estar a reconciliar-se aos poucos, apesar das profundas feridas do passado.
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    Mensagem por Lyrrinne Sáb Out 02, 2010 1:15 pm

    Somente como referencia um cavalo frisio é o que se apresenta na imagem abaixo:

    DEZ ANOS DEPOIS... 363427

    Foram durante muitos séculos usados como cavalos militares em especial na idade média, devido a serem cavalos possantes e muito fortes e assim aguentariam cavaleiros e respectivas armaduras!
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    Mensagem por Fraulein Andreia MC Seg Out 04, 2010 4:03 am

    Uma só palavra: ADOREI! Mutio bem, Capitã! Continua!
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    Mensagem por Lyrrinne Seg Out 04, 2010 6:44 am

    Obrigada Fraulein Smile irá demorar um pouquinho até terem outro capitulozito mas espero levar esta até ao fim Wink
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    Mensagem por Anbel Ter Out 05, 2010 12:00 pm

    Lyrrinne…para começar dou-te os PARABÉNS por mais esta iniciativa!!! Very Happy


    É sempre um enorme prazer poder entrar no universo “Anime Sanjushi”, nem que seja apenas na nossa imaginação…


    Os anos passaram e as coisas mudaram…e muito…o ambiente é sombrio e pesado e já não há aquela alegria dos tempos de juventude…

    Os quatro amigos separam-se e seguem caminhos diferentes e por vezes imprevisíveis, como é o caso de Athos que acaba como bêbado maltrapilho que possivelmente se arrasta pelas ruas de Paris a mendigar a próxima garrafa de vinho…

    Quanto a Porthos, também acabamos por o ver duma forma nunca imaginada antes…um vaidoso emproado e convencido que parece ter-se esquecido dos tempos em que percorria as estradas empoeiradas do Reino para defender aquilo em que acreditava…

    D’Artagnan evoluiu tendo perdido aquele ar de boa disposição que praticamente o acompanhava sempre mas também não nos podemos esquecer que a vida não lhe sorriu muito: perdeu a mulher amada, o filho foi raptado, possivelmente assistiu ao fim do Capitão de Tréville e para cúmulo, foi abandonado pelos amigos Athos e Porthos que não conseguiram lidar com a descoberta de que Aramis é uma mulher.

    Aramis é aquela que parece que melhor conseguiu resistir á passagem do tempo optando por se retirar da vida secular e recolhendo-se num convento…
    Acho que sempre imaginámos que isso pudesse acontecer, que esta pudesse ser a sua opção de vida se as coisas não corressem bem nalgum momento, como por exemplo a ocasião em que os outros descobrissem a sua verdadeira natureza…e aqui temos uma novidade em relação ao comum das fics porque normalmente deparamo-nos sempre com situações em que os outros reagem como se fosse vulgar uma mulher adoptar este tipo de comportamento.

    Mas parece que a vida monástica não lhe retirou a força e determinação para enfrentar as dificuldades, especialmente quando tem de lidar com um Athos completamente bêbado e sobretudo inconveniente nas afirmações e comportamentos que tem para com ela devido ao facto de ser mulher…

    E até é interessante ver a falta que ela faz ao grupo pois é a partir do momento em que ela se afasta que começa realmente o fim daqueles que eram conhecidos como “os inseparáveis”…


    De facto, as coisas mudaram…e muito…e talvez nunca mais voltem a ser as mesma porque uma separação deste género e durante tanto tempo vai acabar por deixar as suas marcas…mas pela reacção que Porthos tem no final do capítulo ao abraçar Aramis até podemos pensar que pelo menos as coisas podem ser um pouco apaziguadas…esperemos que sim, que ainda seja possível recuperar aquele espírito do antigamente que se exprimia tão bem quando eles erguiam as espadas e gritavam bem alto “Um por todos…e todos por um…” mas por aquilo que vemos isso ainda vai demorar um bocadinho, pelo menos tendo em conta o deplorável estado em que se encontra Athos…desconfio que ele terá alguma dificuldade em sair desta vida em que parece ter estado submergido nos últimos anos…será que ainda sabe o que é uma espada??? Rolling Eyes
    Desconfio que já não… possivelmente a última vez que viu uma foi quando vendeu a sua para comprar vinho…(será que foi isto que aconteceu?)

    E Porthos? Se passa a vida em casa sem fazer nada deve estar um verdadeiro mamute…será que ainda consegue subir para um cavalo? Estou a ver que ainda têm que ir procurar o elefante se quiserem que ele os acompanhe na aventura que parece estar a começar… Razz


    É um bom princípio para uma história embora me pareça que vamos ter que nos preparar para semblantes sérios e mágoas difíceis de sarar…

    Vamos então ver o que é que o futuro lhes reserva… Cool


    Lyrrinne escreveu:
    irá demorar um pouquinho até terem outro capitulozito
    Nós por aqui sabemos esperar…e se não soubermos aprendemos…demora o tempo que for necessário para escreveres o próximo capítulo… Very Happy


    Lyrrinne escreveu:
    mas espero levar esta até ao fim Wink

    Se precisares de algum tipo de ajuda ou conselhos já sabes que há por aí quem esteja disposto a ajudar, está bem? Wink
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    Mensagem por degen_aramis Sáb Out 16, 2010 1:20 pm

    Idem, idem, aspas, aspas...

    Apenas para não haver repetições de elogios... Uma perspectiva realista sobre o que realmente poderia ter acontecido se... o tal famoso se... já que os japoneses nos deixaram ficar pendurados sem continuação... Crying or Very sad Mas pode ser que lendo estas fics de excelente qualidade...façam renascer Sanjushi.... como se diz em inglês, keep our fingers crossed...

    Mas, isso é noutra secção... aqui, apenas um singelo PARABÉNS!! E não deixar a fic no ar para ficarmos a saber como se "reencontram" ou não os 4... apesar de tudo o que passaram...e das mudanças que sofreram... e mais importante, daquilo que perderam...

    Força, nisso, Lyrinne cheers
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    Mensagem por Anbel Dom Out 17, 2010 2:00 pm

    Pois é…como a Degen_Aramis diz, cá temos o tão famoso “se” ou a possibilidade de imaginarmos outros finais para esta história pois normalmente partimos sempre do princípio de que tudo corre bem e que o Athos e o Porthos aceitam sem nenhum problema o facto de Aramis ser na realidade uma mulher disfarçada…e que lhes escondeu isso durante vários anos…

    Mas porquê é que isso tem de ser assim?

    Pelo menos aqui podemos ver uma outra realidade em que a descoberta desta verdade acaba por ter consequências muito negativas para aquele grupo outrora tão unido…

    Vamos então ver o que nos traz a continuação e como é que os nossos heróis vão conseguir lidar com todos os sentimentos, especialmente com os não resolvidos…

    E é claro…se for preciso alguma coisa cá estamos nós para ajudar… Wink
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    Mensagem por Lyrrinne Dom Out 17, 2010 4:54 pm

    Bem pessoal como estou a escrever duas fics ao mesmo tempo andarei a fazer posts alternativos, irei colocar o cap 1 da outra em breve LOL da continuação desta nada sei ainda pois não pensei muito... mas que a verdade do Aramis poderia romper com a amizade deles podia tendo em conta com os padrões da época...
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    Mensagem por Athos de La Fère Seg Out 18, 2010 7:09 am

    É verdade, eu ás vezes imagino um Athos e um Porthos indignados por esta "traição" e o fato de ser mulher... por mais que eles se esforçassem par anão ser machistas... e por mas provas da habilidade da Aramis com a espada e tudo mais, seria mesmo difícil de aceitar de cara.. pois foram pelo menos 6 anos ocultando algo demasiadamente importante... o verdeiro s e x o.. Smile é complicado!!!
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    Mensagem por Anbel Seg Out 18, 2010 8:20 am

    Lyrrinne escreveu:
    Bem pessoal como estou a escrever duas fics ao mesmo tempo andarei a fazer posts alternativos, irei colocar o cap 1 da outra em breve LOL
    É bom saber que há uma outra fic a caminho especialmente se for a que estou a imaginar que é!!! Wink


    Lyrrinne escreveu:
    da continuação desta nada sei ainda pois não pensei muito... mas que a verdade do Aramis poderia romper com a amizade deles podia tendo em conta com os padrões da época...
    Por aquilo que se vê neste primeiro capítulo existe uma grande mágoa entre eles, algo que vai impedir que possam confiar por completo uns nos outros…penso que estes sentimentos de traição e engano terão que desaparecer para que a confiança renasça…
    Eles não conseguiram falar no momento em que descobrem que Aramis é mulher…será que já estão preparados para conversar sobre isso? Será que estão prontos para dialogar sobre os verdadeiros motivos que os levaram a não aceitar esse facto?

    Parece-me que isto é algo com que eles terão que lidar e que este é o momento ideal para o fazerem…pelo menos Aramis e Porthos uma vez que o Athos ainda está a curar a bebedeira… Razz

    Mas acho que isto lhes ia fazer muito bem…porque o relacionamento deles baseia-se na confiança e no fundo é isso que está em causa no momento em que se descobre a verdade sobre Aramis…ele tem um segredo que não consegue revelar aos seus melhores amigos demonstrando desta maneira que falta ali qualquer coisa…mas também como é que seria possível divulgar isto duma forma neutral?

    É muito complicado…

    Não nos vamos esquecer que também desconhecemos a forma e a maneira como Athos e Porthos ficam ao corrente desta situação porque no fundo isso também é muito importante e determinante na reacção que acabam por ter porque acho que há determinadas situações em que eles até nem reagirão muito mal enquanto que noutras explodirão de raiva…

    É por isso que também é essencial contextualizar esta situação…
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    Mensagem por Lyrrinne Ter Dez 14, 2010 5:09 pm

    CAPITULO II

    Revelações


    A noite fora passada quase em completo silêncio, tudo o que se fazia ouvir era o som dos pequenos insectos nocturnos e o relinchar periódicos dos cavalos. Apesar daquele abraço Porthos não conseguia começar uma conversação decente com Renée… Aramis, passara a noite a olhar vagamente para o Sena, como se o tempo tivesse ali parado.
    D’artagnan devido às suas responsabilidades como Capitão resolvera que seria melhor ausentar-se por umas horas, para não levantar quaisquer suspeitas, mas no fundo tinha era a esperança que aqueles três dialogassem finalmente sobre o passado, mesmo sem ele estando presente, era verdade que estavam agora de novo juntos, mas a empatia que os unira no passado parecia ter desaparecido.

    Estava já a amanhecer quando finalmente Renée saiu da sua letargia e se dirigiu para junto dos cavalos onde encoberta pelos corpos destes vestira rapidamente a sua roupa, que enxugara durante a noite que passara. Reparou que Porthos fingia não a observar mas tinha os olhos fixos nela, por muito que tentasse disfarçar.
    Aproximou-se de Athos que ainda dormia, sobre o efeito do álcool. Afastou-lhe dos olhos o cabelo, que já ostentava algumas madeixas grisalhas, que provavam que sobre eles já tinham passado alguns bons anos de vida. Assim adormecido parecia ser o velho Athos de antigamente, não aquele homem embriagado e grosseiro da noite anterior, suspirou e aconchegou a capa ao corpo nu do ex-companheiro de armas, nada era como se lembrava, tudo mudara drasticamente naqueles dez anos.

    - Porquê? – Porthos finalmente falara.
    Renée olha para o gigante sentado junto à árvore e esboça um sorriso.
    - Agora desejas ouvir-me? – ergueu-se.
    - Já que estás aqui podes começar a falar… - franziu o sobrolho.
    - Se ao menos tivesses isso há dez anos atrás… - riu-se.
    - Grande idiota… sabes perfeitamente que podias ter ficado e falado! – disse-o agressivamente.
    - Quando o Athos acordar… falare… - é interrompida.
    - Fala então… - Athos estava de facto acordado.

    Renée observou Athos por alguns segundos antes de decidir-se a fazer algo, agarrou nas roupas de Athos e entregou-as a este, caminhou para a margem do rio, enquanto Athos se vestia.
    Renée atirou uma pedra sobre as águas do rio que ressaltou sobre este, várias vezes antes de afundar-se finalmente. Olhou para os dois homens que a observavam apreensivos.

    - A Milady… - disse finalmente - …sempre ela! – suspirou- Era demasiadamente inteligente, para alguém que navegava entre o bem e o mal…
    - A Milady está a arder no Inferno! – disse Porthos.
    - Deus tenha piedade da sua alma… mas no fundo desejo, com todas as minhas forças, que sofra todos os horrores no Inferno, por tudo que fez! – cerra os punhos contendo a raiva.
    - Isto vindo de alguém que viveu num convento… - Athos riu-se – Não é da Milady que queremos falar…
    - Naquela noite recebi uma carta… assinada como Anselme d’Herblay… o meu tio-avô, que me criou após a morte dos meus pais, julguei que ele me tivesse descoberto, mas tudo não passara de uma armadilha bem montada… Milady conhecia a minha verdadeira identidade desde o incidente do tratado de Espanha com a Rainha-Mãe, Maria de Medecis… julgamos mais uma vez, erroneamente, que a inglesa tinha morrido na avalancha, mais uma vez fingiu a morte e aguardou pela próxima oportunidade para nos atingir. Levada pela carta julguei que reencontraria o homem que me criara, que este tinha descoberto pelos seus próprios meios onde eu me escondia, corri para lá mesmo arriscando naquela noite deixar Constance sozinha … parecia seguro…
    - Seguro?? Graças a ti a Constance morreu naquela noite! – Athos preparava-se para avançar contra Renée mas foi seguro por Porthos - Larga-me, mulher ou não a minha vontade é de parti-lhe a cara toda! O D’atagnan sabe disso, sabe? Duvido que lhe tenhas dito, sempre escondeste algo… metes-me nojo! Traição é pouco!
    - Calma Athos… - Porthos puxa-o - …parece-me que naquela noite fomos todos atraiçoados… também nós recebemos mensagens, supostamente vindas de Aramis, quando demos por nós estávamos cercados por bandidos… lembras-te disso, certo?!
    Renée deixa-se cair de joelhos do chão, cobre o rosto com ambas as mãos e começa a chorar, com raiva de si mesma, bate de seguida com os punhos cerrados, nas pernas.
    - Quando cheguei ao local indicado na carta… fui atacada por trás, não tive tempo sequer de reagir, quando acordei estava num barracão algures num bosque, amordaçada e amarrada a um dos pilares do mesmo…

    Flashback para 10 anos antes…

    - Bem, bem… se não é a bela adormecida! – Milady riu-se com prazer.
    Renée pouco podia fazer para além de gemer através da mordaça que lhe abafava a voz e de tentar, em vão, forçar as cordas apertadas!
    - Quem diria… Aramis um dos maiores mosqueteiro do Rei, é de facto uma mulher… tens coragem, isso admito-o! Parabéns my dear, conseguiste ser mais dissimulada que eu própria alguma vez fui… – riu-se - …o teu precioso segredinho vai servir na perfeição a minha vingança, vou ver o D’artagnan e todos vocês a sofrer em agonia após esta noite… ah é verdade… como estará a Constance?

    Renée olha em pânico para Milady ao perceber que esta sabia a sua localização.

    - Acho que vou vê-la, deve estar tão assustada com todas aquelas ameaças que recebeu… pobrezinha… tão sozinha naquela casa! Como foi possível tamanha traição Aramis?... ou será Renée? Shame on you
    - MmmmmGGGGggggg… - Renée enraivecida tentava soltar-se.
    Era em vão, por muito ágil que fosse não tinha a força necessária para forçar as cordas, em desespero e antevendo o que iria acontecer, não conseguiu suster o choro.
    - Shhhhhhhtttt…. My dear… então, então… mas o que é isso? – aproximou-se dela.

    Num impulso Renée avança o corpo para a frente falhando por pouco o impacto da sua cabeça no rosto de Milady.

    - Começamos a portar-nos mal! – faz um gesto a um dos seus comparsas.
    Quase de imediato este começa a bater em Renée, com alguma violência deixando-a praticamente inconsciente.
    - Chega, animal! Esta, não quero morta! – ergue o rosto dorido e ensanguentado de Renée e observa-o com um sorriso sinistro – Vou voltar brevemente, com uma bela novidade… oh… é verdade, a esta hora já não é novidade… Ah! Ah! Ah! Ah!… see you soon my sweet musketeer!

    À entrada ainda observou Renée impotente e desesperada a vê-la partir.

    - Angus, tu ficas aqui, se ela estrebuchar muito mete-a a dormir, mas quero-a capaz de sair daqui pelo próprio pé, estamos claramente entendidos?
    - Com certeza… talvez a coxear?! – sorriu.
    - Adoro a tua mente desumana, Angus… - dá umas palmadas na face do homem - …mas não! Vamos há uma jovem inocente que tem encontro com o destino esta noite!
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    Mensagem por Fraulein Andreia MC Qua Dez 15, 2010 9:29 am

    Milady, Milady... Esta mázona...
    Realmente as coisas não estão nada bem para o D'arty. Perder assim a pessoas amada. E espero que encontre o filho!
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    Mensagem por Lyrrinne Qua Dez 15, 2010 9:41 am

    Má não... alguma vez... ela é somente uma pobre sociopata perversa LOL XD vingança
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    Mensagem por Fraulein Andreia MC Qua Dez 15, 2010 10:20 am

    Nem mais! lol
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    Mensagem por degen_aramis Qui Dez 16, 2010 12:49 am

    Lyrrinne escreveu:Má não... alguma vez... ela é somente uma pobre sociopata perversa LOL XD vingança

    E podemos ainda acrescentar-lhe o factor "que tem mais vidas que um gato" - escapa a explosões em Belle-Ile, escapa a avalanches na Suíça... só não deve ter escapado no final a uma espada trepassada no coração... é que essas são infalíveis... Razz

    E com este segundo capítulo deixas um cheirinho do que de facto se passou para os amigos terem ficado separados e de tal modo "quebrados"... tudo uma malvada intriga de Milady...diria até a vingança final contra tudo e todos... mas em primeira instância contra Aramis e os amigos, utilizando o segredo que ela sabia iria provavelmente destruir essa amizade...

    Aguarda-se ansiosamente pela continuação... como dizia alguém "cenas dos próximos capítulos - WE WANT MORE"

    Well done, Lyrinne!!! cheers cheers
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    Mensagem por Anbel Sáb Dez 18, 2010 5:30 pm

    É um bom capítulo que começa a levantar o véu sobre o que aconteceu no passado entre os nossos amigos. Tinha que ser algo muito grave para que houvesse a separação entre eles e de facto assim foi…a morte é sempre o eterno problema que não tem solução, principalmente quando se trata de pessoas amadas como foi o caso… Neutral

    A leitura desta continuação faz-nos querer saber o que aconteceu de seguida e porque é que Aramis é que ficou como a grande responsável pelo falecimento de Constance…mas isso virá a seu tempo obviamente…

    Agora temos que nos preparar para mais um pérfido plano de Milady que só sabe atazanar a vida dos outros…mais uma vez…


    Acho que vou propor que se faça um estudo sério e rigoroso para se descobrir a melhor forma de nos livrarmos duma vez por todas desta personagem descrita como “pobre sociopata perversa”…

    Por exemplo não haverá ninguém que lhe queira oferecer uma viagem só de ida lá para os lados da Conchichina? Razz
    Só para ela mudar de ambiente e ir atormentar outras gentes…


    Mas também é verdade que nesta fic o seu futuro não será muito risonho depois do que ela faz á Constance…

    É que por muito boa pessoa que o D’Artagnan seja e por muita paciência que tenha há sempre um limite para tudo e este será o dele com toda a certeza…
    Vamos então esperar para ver qual será o seu destino…

    Não te esqueças de nos dar mais alguns esclarecimentos sobre a forma como a Milady descobre a verdadeira identidade de Aramis…Será interessante saber como é que ela chega a esse ponto…

    Esta história está a ir no bom caminho…
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    Mensagem por Fraulein Andreia MC Seg Dez 20, 2010 5:32 am

    LOL Anbel, não concordo lá muito com esse castigo. Aturar a Milady? É que ninguém merece! LOL
    É melhor algo mais lento e doloroso (Ok, agora fui má! vingança ). E prevejo que desta vez, nem o D'artagnan lhe vai perdoar!
    E é claro que todos nós queremos saber o que aconteceu exactamente com eles.
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    Mensagem por Lyrrinne Seg Dez 20, 2010 7:40 am

    LOOOL Vocês divagam com as fics com uma facilidade eeheheheheh Very Happy
    Bem todos sabemos o que aconteceu à peste LOL cabeça fora XD quem não tem juizo o corpo é que paga! LOL
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    Mensagem por Anbel Qui Dez 23, 2010 6:00 pm


    Fraulein Andreia MC escreveu:
    LOL Anbel, não concordo lá muito com esse castigo. Aturar a Milady? É que ninguém merece! LOL
    Pois…ninguém merece aturar a Milady…então e nós? Rolling Eyes

    Parece que estamos condenados a vê-la aparecer sempre á nossa frente…também merecemos um bocadinho de descanso desta “peste”…

    Acho que não estou a ser mázinha quando lhe desejo umas férias…na Conchichina… lol!

    Até lhe ia fazer bem mudar um pouco de ares…conhecer novas pessoas…viver novas experiências…

    Quem sabe isto não poderia ser a base para Milady se lançar no Universo literário escrevendo um relato das suas aventuras na Conchichina… Razz



    Fraulein Andreia MC escreveu:
    É melhor algo mais lento e doloroso (Ok, agora fui má! vingança ). E prevejo que desta vez, nem o D'artagnan lhe vai perdoar!
    Mas porque é que tem de ser lento e doloroso? Rolling Eyes

    Façam como no livro em que se resolveu tudo rápida e eficazmente… é que esta é a melhor maneira de se lidar com as pestes do género da Milady…Não nos esqueçamos que ela tem muitas capacidades, especialmente jeitinho para convencer os outros de que é uma pobre vítima inocente que nunca fez mal a ninguém…

    Bem…acho que no caso dela há ainda um outro factor a ter em consideração…É que ela é tão má que é capaz de meter medo ao próprio…Diabo… Shocked

    Imaginem o senhor Diabo nos seus afazeres diários lá na sua casinha…De repente batem á porta e ele vai ver quem é…Milady está do outro lado…Acho que ele deve ficar á beira dum ataque de nervos ao ver tal figura…e o que é que faz? Devolve-a á procedência…É assim que ela sobrevive a tudo e a mais alguma coisa… Razz

    É por isso que quem está do lado de cá deve saber aproveitar a oportunidade, quando ela surgir, para se livrar desta figura…duma vez por todas…

    Pronto…agora eu é que estou a ser má… wahwah



    Fraulein Andreia MC escreveu:
    E é claro que todos nós queremos saber o que aconteceu exactamente com eles.
    Mas havemos de saber…só precisamos de ser pacientes… Cool

    Obviamente que desta vez D’Artagnan também vai lamentar não ter tratado do assunto de forma definitiva quando teve oportunidade, ou seja, depois da morte do Duque de Buckingham…Não nos esqueçamos que ele recebeu ordens para executar Milady mas inocentemente decide dar-lhe outra oportunidade…

    Foi palerma e aprendeu-o da pior maneira possível Crying or Very sad …mas depois do que ela faz á Constance ele já não lhe pode perdoar…



    Lyrrinne escreveu:
    LOOOL Vocês divagam com as fics com uma facilidade eeheheheheh Very Happy
    Culpada…culpada…culpada… lol!

    Eu divago imenso e confesso publicamente esse meu “pecado”…mas a culpa não é minha…é desta minha imaginação que adora levar-me para caminhos insuspeitáveis…

    O que é que hei-de fazer? Vir “atormentar” este fórum com algumas das minhas ideias estrambólicas… wahwah



    Lyrrinne escreveu:
    Bem todos sabemos o que aconteceu à peste LOL cabeça fora XD quem não tem juizo o corpo é que paga! LOL
    Sim, é isso mesmo que queremos…uma solução definitiva e incontestável…cabeça fora duma vez por todas… vingança

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